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Alegria. Esta palavra não se refere apenas ao nome de uma das entidades que visitaram o Memorial da América Latina, em meados deste ano. O Centro da Criança e do Adolescente Pingo de Alegria é uma ONG que trouxe ao Memorial um grupo de crianças – aproximadamente 50 – do bairro de São Mateus, extremo Leste de São Paulo. No ponto de partida da visita, o Salão de Atos, as crianças conversavam e olhavam fascinadas os painéis montados pelos artistas Caribé e Poty. “A gente quer levar tudo na memória. Assim fica muito mais fácil de aprender” diziam as meninas Karoline Santos, Sara Talyta e Cristiane. Impressionadas ficaram no Pavilhão da Criatividade. “Não sabia que a religião da minha tia tinha uma história fascinante! Aqui é muito legal! Acho que quero morar aqui!” comentou aos risos a pequena Yasmin para um dos monitores do Memorial ao ver a exposição permanente Roda dos Orixás.
Para uma das responsáveis pelo grupo, Dinorah Freitas Cruz, “aqui é um lugar muito propicio para a aprendizagem das crianças. Tem um ambiente enriquecedor. Quero trazer minhas filhas. Elas vão adorar este lugar. Estou deslumbrada!”. Roberta dos Santos, que também acompanhava o grupo, concordou com as afirmações de Dinorah e acrescentou: “Eu conhecia apenas o Auditório Simon Bolívar. Estou encantada com o resto do espaço. Para mim foi como voltar à infância devido à magia proporcionada por este lugar tão gostoso!”.
Se na monitoria anterior, o adjetivo foi alegria, na posterior, não há palavra melhor que ‘empolgação’ para exprimir o sentimento manifestado pelas crianças da Escola Estadual Alexandre Rodrigues Nogueira, de Embu – Guaçu, região sul da grande São Paulo. Ao descobrirem que a Grande Flor Tropical, de Franz Weissmann, fazia parte do acervo – pois esta, eles conheciam apenas pela fotografia do livro de artes –, não esconderam o entusiasmo e os comentários: “Essa rosa tem na nossa apostila e assim, é muito, muito, muito legal e fantástico ver ela bem de pertinho” – disse Daiane com um imenso sorriso no rosto, pelo que acabara de conhecer.
Segundo a professora de história Maria Aparecida dos Santos, “esta visita é ótima, pois irá nos ajudar nas aulas de história e nas demais. Eles nunca esquecerão deste passeio. Acharíamos que eles seriam participativos, pois estão cursando a 6º série, mas ver a maneira de como eles se envolveram é fantástico!”. Para a professora de ciências, Marisa Aparecida Alves R. Martins, “a participação dos alunos com perguntas foi fundamental e muito gratificante para nós”.
Duas coisas chamaram atenção naquela tarde no Pavilhão da Criatividade: primeiro, a Maquete da América Latina. “Aprendemos muito hoje e gostamos demais da maquete. Nunca vimos coisa igual” – disseram as garotas Giovanna, Mayara e Bruna; a segunda foi a mais gratificante, não apenas para as professoras, mas para todos os presentes: a pequena Daiane, deslumbrada ao ver a exposição permanente Roda dos Orixás, contou a história de xangô e mais tarde já no final do passeio a história de Ogum. Era um conhecimento que ela trazia de casa. A identificação e o apreço foram imediatos.
Alegria e empolgação; aprender e conhecer. Estes não são atributos apenas de uma turma ou de outra, mas de todos os que visitam o Memorial da América Latina. E não são poucos os que fazem isso. Até novembro deste ano, 545.612 pessoas já estiveram aqui. Os números vêm aumentando ano a ano desde 2004, quando 204.552 pessoas estiveram no Memorial.
Texto e fotos por Isabel Câmara