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“As chanchadas transpiravam brasilidade por quase todos os fotogramas – e não apenas ao colocar em relevo aspectos e problemas do cotidiano de sua claque, como a carestia, a falta de água, as deficiências do transporte urbano, a demagogia eleitoreira, a corrupção política, a indolência burocrática. Até quando pretendiam ser meros pastichos de tolices estrangeiras, algo lhes traía a inconfundível nacionalidade. Se, como a Metro, possuísse um dístico, o da Atlântida não seria ars gratia artis (arte pela arte), mas bem que poderia ser ridendo castigat mores (rindo purificamos os costumes) – que Oscarito ou Grande Otelo na certa traduziriam para ‘rindo castigamos os mouros’.”
(Sérgio Augusto. Este mundo é um pandeiro: a chanchada de Getúlio a JK. São Paulo: Companhia das Letras, 1989)
Período: 06/02/2008 a 29/02/2008
Horário das sessões: Terça a Sexta (10h, 12h e 15h)
Sábado (10h30 e 12h30)
obs: Excepcionalmente no dia 6/02 (quarta-feira), ocorrerá apenas a sessão das 15h.
Dias 06, 14 e 22
É COM ESTE QUE EU VOU. Direção de José Carlos Burle. Brasil. 1948. 97 min. Com Oscarito, Catalano, Grande Otelo, Marion, Heloísa Helena, Cazarré
Mendigo assume lugar de sósia, presidente de um banco, que depois descobre ser seu irmão gêmeo.
CARNAVAL ATLÂNTIDA. Direção de José Carlos Burle. Brasil. 1952. 92 min. Com Oscarito, Grande Otelo, Eliana, Cyll Farney, José Lewgoy, Colé, Renato Restier, Maria Antonieta Pons.
O grande produtor Cecílio B. De Milho quer realizar uma versão épica sobre Helena de Tróia. Ao mesmo tempo, dois artistas populares buscam financiamento para um filme caranavalesco. O desencontro de interesses dá início a uma série de situações cômicas. Números musicais dirigidos por Carlos Manga.
Dias 07, 15 e 23
MATAR OU CORRER. Direção de Carlos Manga. Brasil. 1954. 87 min. Com Oscarito, Grande Otelo, José Lewgoy, Renato Restier, John Herbert, Wilson Grey.
No velho Oeste, dois vigaristas atrapalhados vão parar em um lugarejo violento onde, por um golpe do destino, um deles é nomeado xerife. Chanchada da Atlântida que parodia Matar ou Morrer (52), de Fred Zinnemann.
NEM SANSÃO, NEM DALILA. Direção de Carlos Manga. Brasil. 1954. 88 min. Com Oscarito, Eliana, Cyll Farney, Fada Santoro, Carlos Cotrim, Wilson Grey.
Numa colisão com a máquina do tempo, auxiliar de barbeiro é “transportado” para o Reino de Gaza, muitos anos antes de Cristo. Sátira ao filme Sansão e Dalila, de Cecil B. De Mille.
Dias 08, 16 e 26
SAI DE BAIXO. Direção de J. B. Tanko. Brasil. 1956. 82 min. Carequinha, Fred, Adelaide Chiozzo, Renato Restier, Costinha, Paulo Monte, Norma Blum.
Para escapar aos exercícios obrigatórios da tropa, recruta é encarregado de cuidar do cachorro preferido do general.
DE VENTO EM POPA. Direção de Carlos Manga. Brasil. 1957. 102 min. Com Oscarito, Cyll Farney, Sonia Mamede, Doris Monteiro, Margot Louro, Zezé Macedo.
Dupla de cantores, que viaja clandestinamente em transatlântico, droga cantora lírica para se apresentar em seu lugar, dando início a uma série de mal-entendidos e confusões.
Dias 09, 19 e 27
METIDO A BACANA. Direção de J.B. Tanko. Brasil. 1957. 91 min. Com Ankito, Grande Otelo, Renato Restier, Nelly Martins, Wilson Grey.
Para poder apreciar o carnaval do Rio, o príncipe de Araquilândia troca de identidade com um pipoqueiro. Filme da época de ouro da chanchada, a trilha sonora é composta pelos sucessos musicais do carnaval daquele ano.
ENTREI DE GAIATO. Direção de J. B. Tanko. Brasil. 1959. 96min. Com Zé Trindade, Dercy Gonçalves, Costinha, Grande Otelo, Roberto Duval, Marina Marcel.
Zé Trindade vive um escroque que vende tumbas inexistentes no cemitério do Caju e se apresenta como parente do presidente JK.
Dias 12, 20, 28
MARIDO DE MULHER BOA. Direção de J. B. Tanko. Brasil. 1960. 93 min. Com Zé Trindade, Renata Fronzi, Zeloni, Renato Restier, Lilian Fernandes.
Mulherengo distribui pedaços de um bilhete premiado e se envolve em várias atrapalhadas para recuperá-lo e esconder da esposa ciumenta a confusão formada.
VAI QUE É MOLE. Direção de J. B. Tanko. Brasil. 1960. 103 min. Com Ankito, Grande Otelo, Renata Fronzi, Anilza Leoni, Maria Augusta, Renato Restier, Zeloni, Jô Soares.
A trajetória de um grupo de malandros que tenta se dar bem planejando golpes.
Dias 13, 21 e 29
BOM MESMO É CARNAVAL. Direção de J. B. Tanko. Brasil. 1961. 87 min. Com Zé Trindade, Anilza Leoni, Jayme Costa, Alberto Perez, Nelly Martins
Zé Trindade é o político que, com fins eleitoreiros, providencia a vinda de professora à cidade.
ASSIM ERA A ATLÂNTIDA. Direção de Carlos Manga. Brasil. 1975. 95 min. Documentário.
Antologia de trechos da produção da Atlântida entre 1946 e 1959. Foram inseridas, entre outras, cenas de Carnaval no Fogo (49), Aviso aos Navegantes (50), Aí Vem o Barão (51), Barnabé Tu És Meu (52), Nem Sansão, Nem Dalila (54), Matar ou Correr (54) e O Homem do Sputnik (59), em meio a depoimentos de estrelas que atuaram no estúdio carioca. Números musicais com diversos ídolos do rádio dos anos 40/50.