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O arquiteto Ricardo Ohtake foi recebido na tarde de hoje pelo presidente do Memorial da América Latina João Batista de Andrade. Ambos conversaram sobre a confecção da nova tapeçaria do Auditório Simón Bolívar. Como se sabe, a obra original – criada pela artista plástica Tomie Ohtake (1913 – 2015) – foi totalmente consumida pelo incêndio do Simón Bolívar, em novembro de 2013.
Atualmente, com o auditório em processo de recuperação estrutural, é hora de começar os trabalhos para construir uma nova tapeçaria reproduzindo o projeto original da artista. Segundo João Batista de Andrade, “tudo será feito com o máximo rigor e seguindo os mínimos detalhes do original. Atuaremos em conformidade com o Instituto Tomie Ohtake de tal modo que a Tomie ficaria feliz com o resultado.”
Ricardo Ohtake, presidente do Instituto Tomie Ohtake, sugeriu que o Memorial contratasse o mesmo artesão que, no final dos anos
80, auxiliou sua mãe a construir a obra que tanta luz e movimento levou ao auditório do Memorial. Sugestão prontamente atendida: Jorge Utsu Nomiya já faz parte da equipe e coordenará a criação da nova tapeçaria Tomie Ohtake do Auditório Simón Bolívar.
Sobre sua tapeçaria em quatro cores, com área total aproximada de 800 m², Tomie Ohtake declarou:
Quando Oscar Niemeyer convidou-me para fazer este painél ocupando toda a parede lateral interior do auditório do Memorial da América Latina, percebi que era um enorme desafio, porque havia as duas curvas que trocaram a tradicional base retangular por uma belíssima forma que eu não quis destruir, mas valorizá-la e, ao mesmo tempo, ter um trabalho meu que dissesse alguma coisa. O resultado a que cheguei procurou também manter a unidade platéia-palco-platéia.
O grande mural é um desenho com muitas linhas que se compõem numa grande forma, atravessando como num só gesto, todo o comprimento do auditório (…) Ver depois de pronto um painel com aquelas dimensões, feito em tapeçaria a partir de um desenho gestual, é uma grande emoção!