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Ouça trechos do show:
Em 9 de fevereiro de 2007 o Frevo faz oficialmente 100 anos. O concerto da Orquestra Jazz Sinfônica em torno do Frevo – na quarta-feira, 30 de agosto de 2006 – completou a tríade de ritmos brasileiros surgidos na virada do século XIX para o século XX. No primeiro semestre deste ano, a Jazz já havia contemplado o samba, com a participação de Paulinho da Viola, e o chorinho, com o instrumentista Proveta. Todas essas apresentações conjuntas são uma brincadeira e um aprendizado para a Jazz Sinfônica e para seus convidados
Desta feita, o convidado foi o saxofonista pernambucano Inaldo Cavalcante de Albuquerque, o Spok. Também participaram do show a passista de frevo Flaira Ferro, os cantores Luciana Alves e Almir Ávlis e o baterista Adelson Silva. Antônio Nobre, multi-instrumentista, cantor e dançarino, e um dos inspiradores do Spokfrevo Orquestra, também deu uma canja no bis. A Rádio Cultura transmitiu ao vivo.
O espetáculo começou contando um pouco da história do nascimento do Frevo, nas “ruas distantes e becos escondidos da velha Recife”. Não sem antes Spok ser vencido pela emoção, “por estar me apresentando num palco como esse e ao lado de uma orquestra como a Jazz Sinfônica, eu que toco desde menino de calção pelas ruas do Recife”. Com projeção de imagens da cidade e dos primeiros compositores e os arranjos da Jazz Sinfônica, Spok foi demonstrando o percurso – a modinha (eles executaram uma de Carlos Gomes), a quadrilha (“Os domingos no poço”, de Cândido Lira, 1890), o maxixe (“Odeon”, de Ernesto Nazareth) e a polca – que levou o Frevo a ser uma síntese de vários ritmos tradicionais.
Até chegar na Spokfrevo Orquestra, criada para acompanhar Antônio Nóbrega nos anos 90. Sempre acompanhado pelo maestro Galindo e seus músicos, Spok passou a mostrar os vários estilos do Frevo moderno: o “Frevo Abafa” (“barulhento” para “abafar” a banda de Frevo concorrente); “Frevo Sanfonado” (criado por Sivuca), o Frevo de Rua (aceleradíssimo), o “Frevo Ventania” (com um toque lírico), o “Frevo Canção” (música com letra) e por aí vai, que a criatividade do músico brasileiro – Spok que o diga – não tem fim.
Fotos: Eduardo Rascov