/governosp
O lançamento dos livros “Noites de Vigília”, do escritor angolano Boaventura Cardoso, e “Boaventura Cardoso, Mia Couto e a experiência do tempo no romance africano”, da pesquisadora brasileira Sueli Saraiva, ambos pela Terceira Margem Editora, foi concorrido – cerca de cem pessoas estiveram presentes, apesar da chuva torrencial que caia. Ele contou com a presença de professores da USP e de universidades privadas, além de estudiosos da literatura africana e leitores em geral. O presidente do Memorial, o cineasta João Batista de Andrade, também prestigiou o lançamento duplo na Biblioteca Latino-americana Victor Civita.
O evento de 16 de janeiro foi organizado pelo Centro de Estudos Africanos (CEA) e pelo Programa de Pós-graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, da FFLCH, ambos da USP. Antes dos autógrafos, a noite literária foi aberta com uma mesa de discussões, coordenada pelo decano da USP, Benjamin Abdala Júnior, um dos introdutores no Brasil dos estudos de literatura africana lusófona comparada, e vice-presidente do CEA. Em sua explanação, a pesquisadora Sueli Saraiva apresentou um panorama da literatura africana contemporânea de expressão portuguesa que, segundo ela, historicamente enfrentou o preconceito da academia e era pouco estudada. E nos introduziu à maestria da narração boaventureana, em que o texto flui como uma conversa largada, de pessoas sentadas no chão, vendo o tempo passar ao cair da tarde.
Já o escritor Boaventura Cardoso contou sobre como faz para conciliar a carreira política com a atividade incessante da escrita, que o acompanha desde os anos 60, sempre exercendo a liberdade, mesmo quando crítica os rumos de seus pares do Movimento de Libertação. “Noites de Vigília” é centrado no período de um ano, cinco meses e alguns dias, talvez os mais importantes da história de Angola, que vai da Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974, a 11 de novembro do ano seguinte, quando se proclamou a independência da ex-colônia portuguesa.
A noite de autógrafos dos escritores reuniu, entre outros intelectuais, vários professores doutores, da USP (Carlos Serrano, Francisco Alambert, Hélder Garmes e Emerson da Cruz Inácio), da Unifesp (Lígia Ferreira Fonseca e Raquel dos Santos Madanelo Souza), da GV (Esdras Borges Costa), da PUC (Edin Abumanssur), da Fatec (Ricardo Iannace) e da Uninove (Maurício Pedro da Silva), além de alunos de graduação de várias universidades, pesquisadores e pós-graduandos da USP.