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O VII Encontro Verde das Américas foi aberto em 11 de setembro em grande estilo no Auditório Simón Bolívar, do Memorial da América Latina, recebendo embaixadores, parlamentares, diplomatas, cientistas, lideranças ambientais de vários países das Américas e um grande público. O Greenmeeting sugeriu algumas ações necessárias para a solução dos graves problemas ambientais do nosso planeta.
O Memorial se interessa especialmente pelo tema. Em parceria com as três universidades públicas paulistas (USP, Unicamp e Unesp), o Memorial criou a Cátedra Memorial da América Latina, que se destina a problematizar, refletir e propor medidas concretas para questões fundamentais do subcontinente latino-americano. No ano passado, o tema abordado foi a questão energética, sob a coordenação do professor Luiz Horta Nogueira. Neste semestre, o assunto escolhido foi justamente o meio ambiente e o catedrático é o professor José Goldemberg. Ele orienta bolsistas do Brasil, México, Argentina, Peru e Colômbia.
No primeiro dia de discussões do Greenmeting, o coordenador do evento, Ademar Leal Soares, afirmou que não existe “cota” neste planeta para a destruição das condições naturais essenciais à vida.”O fator compensatório é injusto e incerto, precisamos priorizar a vida com dignidade, sem violência, guerra, fome ou terror, em
qualquer lugar do mundo”.
O cientista e professor da Unigranrio, especialista em mudanças climáticas, David Man Wai Zee, enfatizou que as questões ambientais devem urgentemente sair dos ministérios e secretarias, onde se restringem a projetos e considerações que nunca saem dos papéis e estarem ligados diretamente ao executivo, com ações efetivas. Ele também disse que toda a sociedade deve reconsiderar suas ações no presente para que não lamente amanhã sua
insensatez.
Já o Secretário de Estado de Meio Ambiente de São Paulo,Francisco Graziano Neto, afirmou que antes de qualquer ação é preciso encontrar objetivamente os problemas para encontrar as soluções adequadas. Ele afirmou que hoje em São Paulo os veículos causam mais poluição na atmosfera do que as indústrias, lembrando que enquanto na Europa o conteúdo tolerado de enxofre no óleo diesel é de 15% no Brasil chega a dois mil.
O ator global, ambientalista e secretário de promoção e defesa dos animais, pela prefeitura do Rio de Janeiro,Victor Fasano, homenageado na ocasião com o Prêmio Verde das Américas, considerou que meio ambiente não pode ser apenas noticiário de jornal que ouvimos penalizados mas uma possibilidade de ação a que todos os cidadãos do planeta devem realizar no dia a dia.
A ministra chanceler do Equador, Maria Fernanda Espinosa, reforçou a idéia da desburocratização das questões ambientais e de uma integração maior entre os países num esforço conjunto para que o progresso seja realizado com sustentabilidade, buscando-se uma matriz energética renovável e não poluidora. Lembrou que a Educação Ambiental deve começar nas famílias e se estender na escola para uma mudança urgente no paradigma das relações do homem com a natureza.
O secretário de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais, o ex-ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, falou da necessária mudança de valores na cultura perdulária “de origem civilizatória”, montada em dois mitos: o da inesgotabilidade da natureza e o da suposta hegemonia do ser humano sobre os outros seres e da mudança dos hábitos culturais do desperdício.
O presidente da Coalizão Internacional da Vida Silvestre, JTruda Pallazzo denunciou ações japonesas de “compra” de países para que novos santuários de baleias se sejam desaprovados.”O presidente Lula com apenas alguns telefonemas poderia questionar e pedir ajuda ao presidente do Japão para que isso não aconteça mais”, desabafou.
Encerrando os debates o diretor da S.O.S Mata Atlântica, Mário Mantovani, considerou que a preocupação com baleias, árvores, pássaros, criancinhas e todos os demais seres da natureza é pertinente, pois, todas as criaturas são merecedoras de continuar integrando a biodiversidade do planeta.
O encontro encerra-se no dia 13, com a divulgação às 17h da Carta Verde das Américas 2007. Entre os palestrantes deste dia, destacam-se a representante da Palestina, embaixadora Mayada Bamie, que falará sobre o tema “Palestina: A Busfa da Paz no Oriente Médio”; o líder indígena Marcos Terena, que abordará a questão dos “Povos indígenas e sua missão nas Américas”; e o embaixador moçambicano Murade Isaac Murargy, que dará uma visão atual da “Vida em Moçambique, na Costa Oriental da África.”. A entrada para todos os eventos é gratuita. Mais informações no site www.greenmeeting.org.