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José Goldemberg é o novo presidente da FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. O físico, de 87 anos, que tomou posse em 8 de setembro é um dos maiores especialistas em energia do país e um nome respeitado nos meios acadêmicos brasileiros e internacionais. Goldemberg assume o cargo que foi ocupado nos últimos oito anos pelo professor titular da Faculdade de Direito da USP, Celso Lafer.
O professor Goldemberg passa a ser, também, membro do Conselho Curador da Fundação Memorial da América Latina. Órgão superior deliberativo e de fiscalização do Memorial, o Conselho Curador é composto por nove membros, sendo três de livre escolha do Governador do Estado (atualmente são Almino Affonso, José Vicente e Ruy Altenfelder) e seis membros natos: os secretários estaduais de Cultura e Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, e os reitores da USP, UNICAMP e UNESP, além do presidente da FAPESP.
Desde 2007, o Memorial tem tido a honra de ter o professor Celso Lafer no seu Conselho Curador.
Ex-ministro das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, embaixador chefe da Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas e à Organização Mundial do Comércio, a folha corrida de serviços prestados ao país por Lafer é imensa. Como presidente da FAPESP, sua participação nos rumos do Memorial até anteontem foi muito importante e apreciada. Por aqui, sua experiência, orientação e deliberação deixaram marcas indeléveis, especialmente nos assuntos do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (diretoria deste Memorial, que visa fomentar o conhecimento e a divulgação científica sobre a América Latina).
Agora, o Memorial novamente sente-se privilegiado por ter em seu Conselho ninguém menos do que o professor José Goldemberg, único brasileiro a ser laureado com o Prêmio Planeta Azul, o mais importante na área do meio-ambiente, eleito por cientistas do mundo todo. Pesquisador de Física, reitor da USP, secretário estadual do Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia, ministro do Meio Ambiente e da Educação, são muitas as funções desempenhadas por Goldemberg em sua longa carreira.
Mas uma é especial para o Memorial: o professor Goldemberg foi o segundo catedrático da Cátedra Unesco Fundação Memorial da América Latina. Isso foi em 2008, quando passou um semestre entre nós, orientando e ensinando sobre o meio ambiente alunos brasileiros e bolsistas estrangeiros. Sua palestra de abertura foi memorável. Ela começava assim: “Existem hoje seis bilhões de pessoas na face da Terra. Cada uma consome em média oito toneladas de recursos minerais por ano. Há um século, a população era de 1,5 bilhão e o consumo era menor do que duas toneladas per capita. O impacto total hoje é 16 vezes maior (48 bilhões de toneladas). O homem se tornou uma força de proporções geológicas, já que as forças naturais (vento, erosão, chuvas, erupções vulcânicas etc.) também movimentam cerca de 50 bilhões de toneladas por ano”.
O físico vai dirigir uma fundação – a FAPESP – que no ano passado geriu uma receita de R$ 1,22 bilhão. Deste total, 94% (R$ 1,15 bilhão) foram destinados a pesquisas científicas e tecnológicas desenvolvidas no território paulista. A FAPESP é uma agência de fomento à pesquisa ligada às universidades públicas paulistas com autonomia administrativa e orçamentária. Por lei, ela é mantida por um percentual da arrecadação de impostos do Estado de São Paulo e seu presidente é escolhido em lista tríplice pelo governador do Estado e tem mandato fixo.