/governosp
Nada supera a magia da grande tela numa sala escura, por mais que a tecnologia crie novas alternativas como os home theaters ou os players portáteis. O cinema faz sonhar desde uma noite de 1895, data da primeira sessão paga, improvisada nos fundos do Grand Café, em Paris, onde as pessoas se maravilham diante das imagens em movimento. O futuro havia chegado.
Antropofágica, a filmografia da América Latina ao longo dos anos deixou-se influenciar por várias vertentes, mas hoje tem suas próprias qualidades. Com isso conquista público, crítica e vários prêmios internacionais. Atores, diretores, roteiristas e compositores têm participado de disputadas produções mundiais.
O Memorial da América Latina reconhece este sucesso e, mais uma vez, se abre para um cinema persistente, corajoso e vencedor, que envolve praticamente todo o Continente. O 2º Festival Latino-Americano de Cinema, organizado em parceria com a Secretaria de Ensino Superior do Estado de São Paulo, cujo secretário é José Aristodemo Pinotti, e pela Secretaria de Estado da Cultura, que tem à frente o secretário João Sayad, conta com o apoio do governador José Serra, um apaixonado por cinema. Esta edição é muito mais do que uma simples programação de filmes. Com curadoria de João Batista de Andrade, profissionais de renome debaterão o cinema e suas circunstâncias atuais.
Dos clássicos como “Doze Cadeiras”, de Tomás Gutiérrez Alea, e “Boca de Ouro”, de Nelson Pereira dos Santos, a recentes produções como “O Cheiro de Ralo”, de Heitor Dhalia, a segunda edição do Festival abarcará várias décadas de produção.
Amplo e diversificado, o programa inclui títulos importantes da cinematografia contemporânea, além da retrospectiva do cineasta Paul Leduc, autor de longas como “Frida, Natureza Viva” e “Reed, México Insurgente”. A aula magna será ministrada por ele, encerrando a série de cinco debates, entre os quais se destaca a mesa em homenagem a Gabriel Figueroa, importante fotógrafo mexicano que terá retrospectiva de sua obra no Festival. O Festival exibe mais de 100 títulos no Memorial da América Latina, na Cinemateca e CineSesc, os filmes concorrem a prêmios que serão atribuídos por público e crítica.
A realização do Festival de Cinema Latino-Americano contribuiu para o Memorial reafirmar seus planos de criar salas de projeção. Com elas completará seu conjunto cultural composto de galeria de arte, biblioteca, auditório e o pavilhão da criatividade, que dão suporte à sua missão integradora.
Estão todos convidados a nos honrar com suas presenças.
Fernando Leça
Presidente do Memorial da América Latina
Foto: Cena do filme “A Adolescente”, da fase mexicana de Luis Buñuel, que será exibido na sala 2 do Memorial, dia 26 de julho, às 19h.