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“Dentro del silencio y en su desborde,
parecieran tocarnos en su danza”
Cecilia Podestá
Os sinos remetem a cenários mágicos, situações inusitadas ou até mesmo realidades cruéis. Na idade média eles possuíam uma importância fundamental, pois cada som emitido significava um acontecimento diferente: chamando os fiéis para a igreja, avisando o início e o termino de um trabalho ou alertando as pessoas para uma possível ameaça. Em tempos modernos, quando se tornaram instrumentos portáteis, eram usados para chamar a atenção de um escravo no engenho, uma enfermeira no quarto de um hospital ou advertir um determinado grupo sobre a hora da refeição. Porém alem destas finalidades, o sino sempre teve um significado místico, como iniciar um ritual de magia ou afastar demônios, como acreditava o homem medieval, por exemplo.
Através de suas telas, a peruana Rosário Pinasco nos mostra como vivenciar a experiência espiritual que é permitida através do balançar de um sino. Suas obras percorreram vários lugares da América, passando pelas cidades de Santa Cruz – Bolívia, Aragua – Venezuela, Quebec – Canadá e Washington – Estados Unidos. Agora será a nossa vez de observar as telas de Rosário. Sua exposição é divida em duas etapas: “Sinos em Movimento” e “Sinos e Frutas”. Nesta última, além da significação em volta do símbolo do sino, ela pretende mostrar o papel que as frutas podem exercer para estabelecer ou complementar este contato. Desde a antiguidade, as frutas são vistas como bênçãos dadas pela terra ao homem, sendo como conseqüência, depois devolvida a ela através de oferta como forma de agradecimento.
A mostra começa no dia 1º de Outubro na Biblioteca Latino-americana Vitor Civita, no Memorial da América Latina. Serão apresentados cerca de 30 quadros que ilustraram por meio das cores o tilintar do sino, e a fusão deste com algumas frutas, como o morango. A conferir.
Por Isabel Camara