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Com a finalidade de aprofundar a colaboração iniciada em setembro do ano passado, a Fundação Memorial da América Latina recebeu a visita, vindo da Espanha, do embaixador Paulo César Meira de Vasconcellos, diretor do Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, na manhã de sábado, 3 de fevereiro de 2007. Ele estava acompanhado do embaixador Adálnio Senna Ganem. Ambos foram recebidos pelo presidente do Memorial, Fernando Leça. Na pauta das conversações, formas do Itamaraty apoiar a Cátedra Memorial da América Latina, instalada em parceria do Memorial, USP, Unicamp e Unesp.
Vasconcellos entende que a aproximação entre o Itamaraty e o Memorial da América Latina faz todo sentido geopolítico. “As relações políticas, econômicas, sociais e culturais com a América Latina são prioridade do Ministério das Relações Exteriores. É uma decorrência lógica do fato da gente viver nesta região, afinal, eles são nossos vizinhos. Sempre temos um relacionamento mais intenso com o vizinho”, ponderou Vasconcellos. “Na área cultural, priorizamos a promoção da cultura brasileira, seus filmes, sua arte, bem como da língua portuguesa nos países da região. Essa parceria com o Memorial da América Latina, portanto, é natural já que o foco de vocês também é o continente latino-americano.”
O Itamaraty está muito interessado que mais jovens latino-americanos venham estudar no Brasil. Há cerca de 50 anos existe um programa que traz estudantes estrangeiros de países em desenvolvimento para as universidades brasileiras (a cada ano as universidades públicas e privadas colocam à disposição do Ministério das Relações Exteriores 800 vagas em diferentes cursos), principalmente da América Latina e África. De tal modo, que é comum, segundo o diplomata, encontrar em países como Gana, Nigéria e Angola o ministro da educação ou da justiça que tenha estudado no Brasil. “É muito bom para o país. Eles têm um carinho grande pelo Brasil, o que facilita o estreitamento das relações diplomáticas, comerciais etc”. No Paraguai existe até uma associação de ex-alunos do PEC-G (Programa de Estreitamento Cultural – Graduação), citado acima.
Daí o entusiasmo de Vasconcellos com a Cátedra Memorial da América Latina. “É uma idéia excelente, vocês estão oferecendo cursos curtos para os latino-americanos que queiram vir aqui. É um presente para vários desses países. É da maior importância chamar alunos da Bolívia para fazer um curso na área da energia, por exemplo.” O embaixador se comprometeu a ajudar a ampliar o rol de universidades vinculadas à Cátedra, bem como a selecionar bolsistas para a Cátedra.
Em março, Vasconcellos retoma a missão de divulgar nos países latino-americanos a gama de vagas em faculdades e cursos oferecidos pelo Brasil. Sem perda de tempo convidou o presidente Leça a acompanhá-lo ao Paraguai, onde o espera uma comissão mista dos dois países para tratar desse tema e de outros, como o intercâmbio artístico. O convite foi aceito. “As vezes os estudantes não utilizam as vagas oferecidas por puro desconhecimento. Desta vez, vamos até as escolas de segundo grau fazer palestras sobre estudar no Brasil”, promete o embaixador Paulo César Meira de Vasconcellos.
fotos: Eduardo Rascov