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São Paulo, 30 de março de 2009.
O Consulado da Venezuela em São Paulo comemorou os 259 anos de nascimento de Francisco de Miranda no sábado, 28 de março. Considerado o precursor dos movimentos de libertação latino-americanos, o generalíssimo Francisco de Miranda liderou as assim chamadas 1ª e a 2ª Repúblicas Venezuelanas, mas morreu em um cárcere espanhol. Sua vida foi repleta de heroísmo e fatos obscuros que levam a interpretações até hoje.
Há uma estátua deste herói em um dos lugares públicos mais importantes de São Paulo, capital. Quase chegando na rua da Consolação há um monumento que olha para a extensão da avenida paulista. O precursor venezuelano está ali desde 1978, mas quase ninguém o conhece (clique aqui para saber mais sobre Francisco de Miranda).
Autoridades, membros da Câmera de Comércio Brasil/Venezuela, simpatizantes e curiosos participaram pela manhã de uma “Oferenda floral” ao monumento. Foram depositados arranjos florais enquanto uma banda da Polícia Militar de São Paulo tocava os hinos dos dois países. A Cônsul Geral da Venezuela, Doris Theis, falou do processo pelo qual passa a Venezuela de redescobrimento, valorização e re-significação de sua própria história.
No mesmo dia houve uma recepção nas dependências do Consulado da Venezuela, com a participação de autoridades, como o Cônsul Geral da Colômbia no Brasil, Edwin Ostos Alfonso, e o presidente do Banco del Alba, Bernardo Alvarez Herrera. Na ocasião, foi destacada a participação de Francisco de Miranda nos três principais movimentos revolucionários do final do séc. XVIII e começo do XIX – a Independência Americana, a Revolução Francesa e a Independência Hispano-americana.
Bernardo Álvarez estava no Brasil para participar de um seminário promovido pelo governador Roberto Requião, no Paraná, sobre saídas para a crise econômica. Em sua fala, o dirigente, que durante anos ocupou o cargo de embaixador venezuelano em Washington, mencionou a relação estreita que seu país sempre teve com o povo norte-americano: “Vocês sabem de onde o revolucionário Francisco de Miranda saiu com seu navio para iniciar o processo de libertação venezuelano? Sim, de Nova York. E o acompanhou na aventura 19 voluntários americanos, que, ao lado de outros sonhadores das mais diversas origens, somavam 200 pessoas.”
Os 19 americanos foram mortos nas primeiras batalhas em solo venezuelano, já que os espanhóis foram avisados por um espião e puderam se preparar para recebê-los. “Em 2006, quando completou 200 anos dessa primeira tentativa de libertação, quisemos homenagear os descendentes desses heróis anônimos. Fomos atrás de seus parentes, mas não havia registros pois a maioria era constituída de ex-escravos”.
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Fotos e texto: Eduardo Rascov