
A Fundação Memorial da América Latina recebeu nos dias 6 e 7, na Praça Cívica, o evento “Bolivia un solo corazón” em comemoração ao 186º aniversário da Independência da Bolívia. A comunidade boliviana radicada em São Paulo – cerca de 200 mil pessoas, segundo estimativas não confirmadas – se prepara o ano todo para esta festa, que foi aberta por uma cerimônia religiosa em homenagem à padroeira do país, a Virgem de Copacabana, e à Virgem de Urkupiña, protetora do imigrantes e da integração entre os povos.
Durante os dois dias, ocorreram apresentações de grupos folclóricos, conjuntos musicais e de danças típicos, bem como desfiles de fantasias que remontam às origens ancestrais da Bolívia. Barracas oferecerão comida típica do altiplano. Como no carnaval de Oruro, houve uma competição entre os grupos de Morenadas e Diabladas. Órgãos oficiais e instituições oficiais bolivianas estiveram presentes oferecendo serviços à comunidade (legalização de documentos, por exemplo).
O Seis de Agosto é a data cívica mais importante para o Estado Plurinacional da Bolívia. Nela a população celebra sua independência com diversas festividades, em todo o território boliviano, e nos demais locais onde vivem migrantes de origem boliviana e seus descendentes. A celebração também é uma demonstração de fé, com o culto aos santos católicos, mas também a outras divindades, que remontam ao período pré-colombiano.
O país andino tem fortemente em sua cultura a influência dos povos Quíchua e Aymara, entre outras etnias, da região dos Andes. A colonização espanhola e a imigração europeia acrescentaram o elemento branco. Há também a presença importante do povo Guarani e de outros da região amazônica e do Chaco, bem como dos negros descendentes de escravos levados, principalmente, para trabalhar nas minas da região de Potosi. Daí, a definição do país como Estado Plurinacional na Carta Magna promulgada no ano passado.
Fotos: Daniela Agostini