/governosp
Uma visita inspiradora, um mergulho numa fonte borbulhante de idéias. Assim pode ser definida – além de educativa, é claro – a excursão de parte dos artistas que participam da exposição “Linha Líquida”, na Galeria Marta Traba do Memorial, às instalações da Sabesp.
A Sabesp é a principal patrocinadora da “Linha Líquida”. O passeio se deu no dia 13 na Estação de Tratamento de Água de Guaraú, na Estação Elevatória Santa Inês e na Reclusa.
Os artistas puderam conhecer todas as etapas de tratamento da água. Na Estação Elevatória, estiveram numa casa de máquinas – que fica 60 metros abaixo do solo – onde foi possível observar o trabalho de 3 bombas que ajudam a abastecer a represa de Águas Claras. Cada uma destas bombas trabalha com 11 mil litros de água por segundo.
Conheceram o Tanque de Floculação na Estação de Tratamento, a Piscina de Decantação, a Filtragem Final após Decantação e o Aquário. Este último possui peixes – ou sensores biológicos – que ajudam a orientar a qualidade da água. Caso haja algum problema no tratamento, os peixes apresentam sinais imediatos de que alguma coisa não vai bem.
Vale lembrar que o “líquido” a que se refere o conceito da mostra é uma metáfora dos nossos dias. Na “modernidade líquida” atual tudo é temporário ou instantâneo, no sentido de que perdemos a percepção da passagem do tempo (do progresso) e vivemos num eterno presente, fluído e instável. Citando o filósofo polonês Zygmunt Bauman, a curadora assistente da exposição, Fernanda Proença, explica – no texto intitulado “O futuro do pretérito”, publicado no catálogo da mostra – “que é possível perceber (nos artistas da Linha Líquida) essa tensão superficial em suas obras, que procuram, através de linguagens plurais e sutilezas conceituais, tornar o efêmero, senão eterno, ao menos tangível”.