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Para quem duvidava, a efervecência observada no Memorial, nessa semana de Anima Mundi, foi uma demonstração inquestionável de que, enfim, temos um mercado brasileiro de animação em expansão. Em sua 18ª edição, não só o Anima Mundi chegou à maturidade, como também os animadores nacionais deixaram de ser amadores e se profissionalizaram. O grupo ainda é pequeno e a arte da animação no país ainda tem que se desenvolver muito, mas essa é uma notícia alvissareira.
Senão, vejamos. O Anima Mundi apresentou – entre 28 de julho e 1º de agosto, no Memorial da América Latina e no Centro Cultural Banco do Brasil – 452 filmes, oficinas gratuitas e debates. Se em sua primeira edição, há 18 anos, não havia um único filme nacional inscrito, neste ano foram mais de 300 inscrições brasileiras para seleção. Responsável direto pela revolução na animação brasileira, o Anima Mundi – criado pelos animadores Aída Queiroz, Cesar Coelho, Lea Zagury e Marcos Magalhães – deixou de ser apenas uma vitrine de exibição de curtas e longas-metragens para se tornar uma verdadeira plataforma de difusão, debate e fomento ao setor no país.
Entre os três maiores eventos de animação do mundo e o maior do hemisfério sul, o Anima Mundi já exibiu 5.927 filmes e levou quase 1 milhão de espectadores às salas de cinema, oficinas, debates e workshops que promoveu.
Nessa edição, os diretores receberam mais de 1900 inscrições e selecionaram 452 filmes, de países como França, Alemanha, Austrália, Israel, Polônia, Argentina, Taiwan, Letônia, Coréia do Sul, Finlândia, Rússia, Singapura e China e a estreante República da Macedônia. O país com maior número de obras é o Brasil, com 108 títulos.
A farta exibição nacional e os muitos filmes – longas, inclusive – em produção são o principal motivo de comemoração desta 18ª edição. O artista escolhido para assinar o cartaz, a logo e toda a programação visual é o animador brasileiro Alê Abreu, conhecido do público do Anima Mundi, onde também lançou seu primeiro longa-metragem, ‘O Garoto Cósmico’ (foto abaixo), em 2007. O blog do festival (http://festivalanimamundi.blogspot.com/) resume a trajetória do artista:
“Alê começou a estudar animação aos 14 anos, e em 1993 lançou seu primeiro curta-metragem Sírius. A partir de 1994, se dedicou à produção de seu segundo trabalho, Espantalho, animação que coleciona, entre outros 12 prêmios, o de melhor filme brasileiro do Anima Mundi de 1998. Garoto Cósmico (foto abaixo), seu primeiro longa, foi um dos destaques do Anima Mundi de 2007, onde Alê também ganhou uma mostra retrospectiva e participou do Papo Animado. Em 2008, participou com o curta Passo, e seu novo trabalho, Vivi Viravento (um dos 17 pilotos de série do programa ANIMA TV), está na programação deste ano (aguardem, falta pouco!)“
Sobre a ilustração feita para o Anima Mundi 2010, Alê explica: “Para criar a imagem dos 18 anos de Anima Mundi, tentei representar o desejo intenso de liberdade e sonhos, próprios da juventude. Anima Mundi é este planetinha colorido onde há uma grande vibração, ponto de encontro de seres viajantes em um rico e vasto universo de estilos, técnicas e linguagens. 2010 celebra os 18 anos de Anima Mundi, marcando também o início de um novo ciclo da minha jornada.”
Para celebrar os 18 anos, o Anima Mundi ainda promoveu em seu site (www.animamundi.com.br), uma enquete para eleger os 18 melhores filmes já exibidos na história do evento, na opinião dos espectadores. Os pioneiros e hoje tradicionais concursos online Anima Web e Anima Celular foram unificados em um só, o Anima Mundi Web & Cel, que terá duas categorias este ano: ‘Tema geral’ e ‘18 anos’.
Além das telas, o festival aconteceu também nas concorridas oficinas, em que crianças e adultos aprenderam os primeiros passos de variadas técnicas de animação (stop-motion, desenho, pixilation, película).
Imagens de divulgação dos filmes:
1º The Silence of Sons
2º O Garoto Cósmico
3º A Menina da Chuva
4º Benigni
5º Hog