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Jaime P. Valdivia Almanra, cônsul geral da Bolívia, visitou o Memorial da América Latina, na manhã da quinta-feira, 3 de agosto de 2006. Acreditado em São Paulo há apenas 2 meses, ele foi designado para o posto diretamente pelo presidente Evo Morales, de quem é amigo. Jaime Almanra foi recebido pelo presidente do Memorial, Fernando Leça. Também participaram do encontro Adriana Beretta (gerente da Galeria Marta Traba), Leonor Amarante (crítica de arte, curadora e editora executiva do Memorial) e André Melo (Gerente de Relações com o Mercado). Na oportunidade, o cônsul convidou oficialmente o presidente do Memorial para participar das festividades de 181 de Independência da Bolívia, que se comemora aqui mesmo no memorial, no domingo, 6 de agosto.
Almanra fala fluentemente o português, pois estudou medicina na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. Aqui casou com uma brasileira e se estabeleceu no ramo de hotelaria. Dr. Jaime já fôra cônsul da Bolívia em São Paulo, de 1998 a 2002. “Somos primos-irmãos”, disse, referindo-se aos 2 países, “e o primo rico para nós é o Brasil. Estamos ligados fisicamente e, embora os governantes mudem e passem, as fronteiras nunca vão mudar”, comentou, em alusão aos conflitos em torno da nacionalização do gás em prejuízo da Petrobrás.
Favorável ao incremento do intercâmbio cultural, o cônsul boliviano lembrou que todo brasileiro já tem o direito de estudar medicina na universidade federal da Bolívia. Isso gratuitamente e sem precisar fazer vestibular. “É um convênio de 1952 que no início levava muitos brasileiros para La Paz. Alguns casaram e permaneceram por lá. Bolivianos continuam vindo estudar até hoje, mas o convênio ficou meio esquecido no Brasil.” O principal entrave é a exigência de somente o Instituto Cervantes, de Madri, certificar que o aluno brasileiro fala espanhol ou não. “Ora, isso é muito complicado. Por que a gente não atualiza esse tratado, permitindo que o estudante faça uma prova na própria Bolívia ”
O presidente Fernando Leça propôs uma parceria entre o Memorial da América Latina e o governo boliviano para organizar uma “Semana Boliviana” no Memorial, em agosto do ano que vem. Como já é tradicional, todo ano os imigrantes bolivianos em São Paulo (de 150 a 200 mil pessoas) comemoram a Independência da Bolívia na esplanada do Memorial com manifestações folclóricas, tradicionais e populares (clique aqui para saber como será a festa deste domingo). Por que não aproveitar e fazer desse evento uma grande mostra da cultura boliviana contemporânea?
A idéia do presidente do Memorial, logo abraçada com entusiasmo pelo dr. Jaime, é trazer os nomes mais importantes da Bolívia nas áres de artes plásticas, música, literatura etc. E também organizar um seminário sobre as relações culturais dos 2 países. “Ao mesmo tempo, podemos organizar uma “roda de negócios””, sugeriu dr. Jaime, com a participação da Fiesp, Petrobrás, grandes empresas e entidades empresariais do Brasil e da Bolívia. A “Semana Boliviana” já será anunciada à comunidade de imigrantes, na festa do próximo domingo.