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Diferentemente dos brasileiros, para outros povos latino-americanos o Dia de Finados, comemorado em 2 de novembro, tem conotação festiva e é celebrado como o início de um novo ciclo. Na milenar tradição mexicana, herança dos povos pré-hispânicos, o Dia dos Mortos coincide com a época de colheita e fartura, portanto a festa é em dobro.
É dia de muita celebração, com música, comida, bebida e lembranças pessoais dos falecidos, que ficam expostos no Altar dos Mortos. Nele estão representados os quatro elementos da Natureza: a água (para o morto limpar os pés quando sair do reino das trevas), o fogo (da vela que iluminará seu caminho até o reino dos vivos), a terra (representada pelos frutos) e o ar, simbolizado por papeis de seda picados.
E no Memorial da América Latina, desde sua criação, em 1989, o Pavilhão da Criatividade celebra esta data homenageando em seu Altar dos Mortos uma celebridade das artes e cultura latina. No ano passado o homenageado foi o pintor e diplomata Carlos Fuentes. Neste ano, a figura escolhida é a estrela do cinema internacional Dolores Del Río, que participou de mais de 60 filmes, no México e em Hollywood. O Altar dos Mortos do Memorial ficará em exposição até 2014, de terça a domingos, com entrada gratuita.
Além de sua beleza, havia em Dolores Del Río um lado exótico e uma sofisticação que a levaram a ser conhecida como La Doña. Nos seus papéis é destacada a sua origem étnica, o caráter apaixonado que se atribui às mulheres latinas. Dentre seus grandes filmes, destacam-se: “Ave do Paraíso”, 1932; “Voando para o Rio”, 1933; “Flor Silvestre”, 1942 e “Maria Candelária”, 1943; “La Outra”, 1946; “O Fugitivo”, 1947, no qual contracena com Henry Fonda; “Los Abandonados”, 1948; “Doña Perfecta”, 1952; “El Niño y la Niebla”, 1954 e “Estrela de Fogo”, em 1960, no qual contracena com Elvis Presley. A musa chegou a ser premiada três vezes com o “Ariel de Cinema”, o maior prêmio entregue pela Academia Mexicana de Artes e Ciências.