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A celebração do deus Ekeko, mais conhecida como a festa da abundância aconteceu este ano no Memorial da América Latina, onde a partir de agora será o local oficial. A comemoração entrou no calendário oficial da cidade e segundo o organizador do evento, Paulo Rodrigues Araújo, é o lugar mais apropriado para o povo latino americano expressar sua cultura.
A partir desse momento, é costume do povo andino fazer a benção das alasitas ao meio dia de todo dia 24 de janeiro. Rosário Blanco Rada, um imigrante boliviano que mora aqui em São Paulo, é um representante fiel dessa fé. Rosário tinha na mão uma casinha que pretende comprá-la na Bolívia, um carro e dinheiro, pois é isso que ele espera alcançar esse ano.
Segundo a boliviana Carmen Rosa Hilari Poma, representante do CAMI, “é impressionante a fé que o povo boliviano tem no deus Ekeko e como tem a certeza que com a compra e benção das Alasitas seu pedido sempre se realizará”. Este ano a miniatura do auditório Simon Bolívar também foi abençoada representando o complexo do Memorial para trazer muita prosperidade nesse ano por vir.
“É uma benção que nunca é feita em espanhol, por ser a língua dos opressores, mas sim na língua dos aymarás, o povo que originou as festividades em 1781. Em homenagem ao deus Ekeko quando salvou a cidade de La Paz do cerco dos índios de Tupac Katari”, conta Roque Pattussi o coordenador do CAMI.
O evento é sempre organizado e promovido pela Associação Gastronômica Cultural e Folclórica Boliviana “Padre Bento”, em parceria com o Centro de Apoio e Pastoral do Imigrante (CAMI) e agora com o Memorial da América Latina. A festa contou também com a presença da chuva por volta das 16 horas, mas nem mesmo ela conseguiu esfriar a animação do povo boliviano, que continuou por lá após o temporal. Cerca de 12 mil bolivianos compareceram em peso na praça Cívica do Memorial para benzer suas alasitas.
Apesar de não ter um número oficial, há dados que indicam que 350 mil bolivianos vieram para o Brasil em busca de trabalho, a maior parte trabalha com a indústria têxtil, em sua maioria jovens entre 18 a 25 anos. E é nessa festa que eles expressam toda sua fé e se unem para pedir prosperidade e abundância.