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Canta Brasil é um show em que Maria Alcina faz uma grande festa, ou melhor, um grande encontro com o seu público. Do repertório acumulado em mais de 30 anos de carreira, Alcina pinçou alguns temas criados por Adoniran Barbosa como "Acende o Candieiro", "Saudosa Maloca" e "Torresmo à Milanesa", essa última gravada por ela nos anos 80, na Copacabana, com a participação de Adoniran. Mesclando-os com os seus maiores sucessos, Alcina abre o show à participação direta do público nos seus números musicais, criando momentos de grande emoção, divididos com quem está na platéia.
O Projeto Adoniran apresenta, no dia 14 de novembro, quarta-feira, a cantora Maria Alcina com o show Canta Brasil, às 20h30. O espetáculo acontece no Auditório Simon Bolívar, do Memorial da América Latina. Acompanhada por Sérgio Arara (violão), Luciano Diogo (baixo), Raphael da Silva (sax e flauta) e Wlajones de Carvalho (bateria), a artista interpreta canções que marcaram os 30 anos de sua carreira e revive o Teatro de Revista, juntamente com o pastoril, os forrós e clássicos do repertório popular, principalmente o samba.
O show Canta Brasil evoca também a lendária figura de Carmem Miranda, de algum modo, sempre presente nos shows de Maria Alcina. A cantora tem na sua discografia regravações de marcantes sucessos da Pequena Notável como "Alo Alô" e "Como Vaes Você"? Em 2003, Alcina teve um encontro com a música eletrônica, quando participou do Festival Contradição, no SESC Pompéia. Parte desse trabalho também está presente no show Canta Brasil.
Outra faceta da qual Maria Alcina não abre mão é a do Teatro de Revista, onde começou profissionalmente, no Rio de Janeiro, substituindo Leila Diniz no espetáculo "Vem de Ré Que Eu Estou em Primeira". Pois Canta Brasil também traz números característicos das revistas do tempo em que Aracy Cortes, Zaquia Jorge e Virgínia Lane eram as grandes vedetes. Enfim, este é um show cujo fio condutor é a alegria e a irreverência que se tornaram uma marca da carreira de Alcina.
O repertório é um espetáculo à parte na interpretação de Maria Alcina; seu molho é picante e sua releitura é ímpar para composições de Adoniran Barbosa (Ascende o Candieiro, Prova de Carinho e Torremos à Milanesa, esta em parceria com Carlinhos Vergueiro); André Filho (Alô Alô); Ari Barroso (Como vaes você?); Jorge Benjor (Fio Maravilha); Cremilda e Antonio Lima (Prende o Tadeu); duas adaptações de Jambier para canções de Domínio Público (É Mais Embaixo e Bacurinha”); Ataulfo Alves (Atire a Primeira Pedra); João Bosco e Aldir Blanc (Kid Cavaquinho); Bojo (Cataflan); Alcir Pires Vermelho e David Nasser (Canta Brasil); e vários outros.
Entusiasmo contagiante
No começo dos anos 70, Maria Alcina chegou no Rio de Janeiro, vinda de Cataguazes (MG), para participar, como intérprete, do VII Festival Internacional da Canção. E, não resta a menor dúvida de que a sua interpretação foi o fator responsável pela popularização instantânea de "Fio Maravilha" de Jorge Benjor. No entanto, a explosão de garra e energia que detonou no Maracanãzinho em 1972, foi apenas o começo de uma carreira, da qual o sucesso nunca mais esteve ausente. João Bosco, Aldir Blanc, André Filho, Eduardo Dussek, Zé Ketti, Adoniran Barbosa, Belchior, além de Jorge Benjor, evidentemente, são apenas alguns autores que tiveram as suas criações valorizadas pela interpretação de Maria Alcina.
Sem muito esforço, ela fez da espontaneidade a marca registrada do seu trabalho. Prova disso está no modo como reagem platéias estrangeiras a cada vez que ela se apresenta fora do Brasil, para um público que, muitas vezes, mal sabe em que idioma ela está cantando, mas que compreende perfeitamente a linguagem do seu talento. Tudo isso lhe valeu a honrosa participação no CD "The Living Legend of Carmen Miranda", produzido por Nelson Motta nos Estados Unidos, além de um contrato para uma série de shows em diversas cidades americanas, culminando com uma participação destacada em um mega evento em homenagem aos 40 anos de morte da Brazilian Bombshell, no Lincoln Center de Nova Iorque. Pela sua presença nesse evento, Alcina foi aclamada pela crítica americana como "a Carmen Miranda dos anos 90". De volta ao Brasil, Maria Alcina tem homenageado não apenas a Pequena Notável, mas outras figuras femininas da música popular brasileira em seu show "Almas Femininas", com o qual tem se apresentado em todo o Brasil.
Sua participação nos CDs do grupo Bojo e do grupo Juri Popular renderam rasgados elogios da crítica e várias turnês pelo Brasil. Como convidada do projeto Hawana Brasil apresentou-se no Bourbon Street Music Club, onde levantou a galera com o seu "Chica Chica Boom Chic" e a sua mais conhecida versão do "Kid Cavaquinho". Recentemente a Warner reeditou em CD dois dos seus mais importantes trabalhos em discos, incluindo as remixagens de “Fio Maravilha” e “Paraíba”. Agora, é a própria cantora que resolveu fazer a sua festa, reunindo no show “Canta Brasil” os seus mais marcantes sucessos, como “Fio Maravilha”, “Kid Cavaquinho”, “Alô Alô”, “Bucanera”, “Bacurinha”, “Prenda o Tadeu” e muitos outros, tudo isso interpretado com o bom humor, a alegria e a irreverência que foram a sua marca registrada nesses trinta e poucos anos de carreira.
Projeto Adoniran
A realização do Projeto Adoniran é uma iniciativa da Diretoria Artística do Memorial da América Latina, com o objetivo de revitalizar o já conhecido Projeto Adoniran Barbosa (realizado entre 1990 e 2000). A estrutura segue os mesmos moldes das edições anteriores, ou seja, apresentações de música popular brasileira por seus compositores e/ou intérpretes. A estréia desta nova edição do projeto aconteceu em 14 de março com show de Toquinho, seguindo-se apresentações com Chico César, Fátima Guedes, Arrigo Barnabé, Evinha, Vânia Bastos & Eduardo Gudin, Ná Ozzetti e Alaíde Costa & João Carlos Assis Brasil, Wagner Tiso, Célia, Zezé Motta e Suzana Salles & Arthur Nestrovski. O espaço para a realização dos espetáculos é Auditório Simon Bolívar, do Memorial, que recebe, durante o ano de 2007, um total de 15 apresentações, sempre às quartas-feiras, com ingressos populares a R$ 10,00 (com meia-entrada).
Projeto Adoniran / Oito e Meia – Próximas apresentações
Dia 14 de novembro – Maria Alcina
Dia 21 de novembro – Mônica Salmaso
Dia 12 de dezembro – Demônios da Garoa
Projeto Adoniran : Maria Alcina
Dia 14 de novembro – quarta-feira – às 20h30
Músicos: Maria Alcina (voz), Sérgio Arara (violão), Luciano Diogo (baixo), Raphael da Silva (sax e flauta) e Wlajones de Carvalho (bateria).
Memorial da América Latina – Auditório Simon Bolívar
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda/SP Tel: (11) 3823-4600
Ingressos: R$ 10,00 (meia-entrada: R$ 5,00) – Duração: 1 hora – Censura: Livre
Capacidade: 800 lugares – Não faz reservas – Bilheteria: 1 dia antes (14h às 19h) e no dia do show (a partir das 14h) – Ar condicionado. Acesso universal
Estacionamento: R$ 10,00.