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São Paulo, 30 de setembro de 2009
A Fundação Memorial da América Latina fez concorrência pública para a troca da impermeabilização dos tetos do Pavilhão da Criatividade e do prédio da Administração. As obras não trarão muito prejuízo para a visitação pública às instalações do Memorial. Somente uma parte do Pavilhão da Criatividade teve que ser fechada, para não prejudicar as peças de artesanato popular.
Trinta empresas se cadastraram, da qual dezoito entregaram propostas. A vencedora foi a Construtora Paulistana de Serviços e Obras. O contrato com o Memorial no valor de pouco mais de 620 mil reais foi assinado nessa terça, 29 de setembro. As obras já iniciadas devem levar pelo menos dois meses ininterruptos (descontando as paralisações devido às chuvas).
A foto mostra o momento da assinatura do contrato de reforma pelos vencedores da concorrência pública. Participaram Fernando Leça, presidente do Memorial, o engenheiro Joaquim Boaventura, gerente de arquitetura e manutenção da Fundação, e os diretores da Construtora Paulistana, Luiz Antonio Gioso e Lucas Henrique Gioso (que está assinando e é o engenheiro responsável pela obras).
O acervo permanente do Pavilhão da Criatividade – de cerca de 4 mil peças de arte popular do Brasil, México, Peru, Equador, Guatemala, Bolívia, Paraguai, Chile e Uruguai – é único no país. Trajes típicos, máscaras, estandartes, instrumentos musicais, objetos de adorno e de uso cotidiano, obras em argila, madeira, esculturas em ferro, brinquedos, adereços religiosos e profanos, entre muitas outras peças – testemunho eloqüente da criatividade popular – compõem a coleção do Memorial da América Latina. Exposta em 1600 metros quadrados, traça um panorama sensível do artesanato do nosso lado do planeta. Esse acervo foi recolhido pelo casal de fotógrafos e especialistas em arte popular Jacques e Maureen Bisilliat, em 1988, a pedido de Darcy Ribeiro.
Um dos destaques do prédio da administração é a obra sem título de Vallandro Keating composta por 4 telas de 1,88 x 2,50m, pintadas em técnica mista (resina acrílica, pastel seco e grafite) em tons de cinza e branco. Por sua localização (na entrada do térreo) é um painel externo: abre-se para a grande e generosa Praça do Memorial e a avenida. Não se trata de um quadro na parede, nem de um objeto estético a ser contemplado a distancia. A obra convida à participação: não se fecha em si nos limites de sua moldura. Não há moldura. Está integrada à bela arquitetura do edifício. O assunto é o homem latino-americano que luta por sua liberdade e autonomia.