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São Paulo, 21 de dezembro de 2009.
2009 – Bom ano.
Exposições importantes foram montadas na Galeria Marta Traba em 2009. Segundo o escritor e crítico de arte João Spinelli, “poucas instituições tiveram mostras tão marcantes neste ano, como “Corpos Estranhos”, “Memorial 20 anos”, “Linha Líquida” e “França/Brasil – Intercâmbio de Ideais”, quanto o Memorial da América Latina”. Mais de 64 mil visitantes ao longo do ano comprovaram essa afirmação. Tudo isso contribuiu para que a Galeria Marta Traba deixasse sua marca no cenário da arte contemporânea.
A atuação em artes plásticas do Memorial se estendeu para fora do conjunto arquitetônico. O Memorial organizou uma mostra sobre “Oscar Niemeyer e o Memorial”, que está itinerando pelas principais cidades do estado de São Paulo e também participou do Festival Latino-americano de Artes de Bonito, MS. A exposição “Uma pequena estória da história da América Latina”, montada e exposta pelo Pavilhão da Criatividade, foi enviada para uma área de exposições do Senado Federal, em Brasília.
A Fundação Memorial da América Latina foi destaque de uma importante feira cultural argentina, a 9ª edição da Expotrasiendas, de Buenos Aires. O Memorial ocupou uma sala, onde passava em um telão um vídeo especialmente preparado para esse fim. Ângela Barbour foi enviada para lá, representando o presidente do Memorial, Fernando Leça.
Artista plástica, professora de artes, produtora e gerente da Galeria Marta Traba, Barbour deu uma palestra na qual apresentou o projeto “De Olhos Fechados”, do Memorial, que resultou em um livro de arte para deficientes visuais, com imagens em relevo de obras do acervo do Pavilhão da Criatividade. Ângela também montou na Expotrasiendas uma instalação chamada “Infectório”, construída a partir do seu trabalho no “Desinfectório” antigo de São Paulo, usado para triar e higienizar os imigrantes que chagam à cidade na virada dos séculos XIX e XX.
2010 – Novas mostras
A Comissão de Artes Plásticas da Fundação Memorial da América Latina definiu as principais mostras de 2010 para a Galeria Marta Traba. A primeira do ano tem o título provisório de os “Tesouros do Banco Central”. Trata-se de exposição de parte do acervo de quadros do Banco Central do Brasil, que detém obras de grandes artistas brasileiros. É uma oportunidade rara de conhecer a rica coleção de arte, guardada a sete chaves no cofre do Banco Central, em Brasília, ao lado de barras de ouro e de numerário em espécie.
São pinturas que dificilmente saem de lá. Entre elas, obras de Tarsila do Amaral, Cícero Dias, Ismael Nery, Volpi e Di Cavalcantin(as 5 primeiras fotos desta página, respectivamente). Essas obras foram parar lá como pagamento de dívidas com o governo brasileiro de grandes devedores. Por medida de segurança, a Reserva Técnica do Banco Central situa-se dentro de seu sistema de segurança. No maior cofre do Brasil. Quem penetrou nesse espaço proibido para escolher as obras que vêm ao Memorial foi Ângela Barbour.
A exposição “Graphias – do Papel ao Pixel”, inaugurada em 16 de dezembro de 2009, permanece na Marta Traba até o final de janeiro. “Tesouros do Banco Central” abre em fevereiro, após o Carnaval.
A Comissão de Artes Plásticas da Fundação Memorial da América Latina é coordenada por Fernando Calvozo (diretor de Atividades Culturais do Memorial), Leonor Amarante (jornalista, editora do Memorial e crítica de arte), Ângela Barbour (gerente da Galeria Marta Traba do Memorial), João Spinelli (curador e crítico de arte), Sidney Philocreon (curador e produtor artístico) e Alex Cerveny (artista plástico).
O Ano do Bicentenário da Independência Latino-americana
Em 2010, em toda a região latino-americana, começa o ciclo de comemorações dos 200 anos de Independência política da maioria dos países do Rio Grande para baixo. Em função disso, uma série de exposições foi programada para a Galeria Marta Traba, com o apoio de consulados e outros instituições latino-americanas. Também está sendo organizada uma mostra de arte contemporânea com obras de artistas dos cinco países que comemoram oficialmente o bicentenário da independência em 2010: México, Argentina, Chile, Colômbia e Peru.
• Pierre Verger em Buenos Aires
Em maio, o fotógrafo e etnólogo francês – que se notabilizou por suas fotos e estudos sobre a conexão cultural África/Brasil/África – apresenta um lado pouco conhecido de seu trabalho, na capital portenha. A Argentina completa 200 anos de Independência em 25 de maio de 2010. Esta exposição fará parte da Bienal de Fotografia de São Paulo.
• 1ª Bienal Internacional de la Estampa
Será reeditada na Galeria Marta Traba a 1ª Bienal Internacional de la Estampa, organizada pelo Museo Nacional de la Estampa da cidade do México. A mostra reúne a nova geração de gravadores do México e de vários outros países.O processo de Independência do México se iniciou em setembro de 1810.
• Frida Khalo e Artur Bispo do Rosário
Ainda do México virá um recorte do acervo da Casa Azul, famoso museu montado na casa onde viveu e trabalhou os artistas mexicanos Frida Khalo (foto na primeira página deste site) e Diego Rivera. Essa exposição será montada ao lado e em sinestesia com um recorte da obra do brasileiro Artur Bispo do Rosário (abaixo).
• Intercâmbio Brasil/Uruguai
O Memorial também está programando uma mostra em parceria com artistas uruguaios da Fundación Arte Contemporanea, de Montevidéu. A mesma exposição viajará para o Uruguai, com a participação de artistas brasileiros. A idéia é que haja um intercâmbio, com residências artísticas e oficinas nos dois países.
• Pinturas Satíricas – Peru
O artista plástico peruano radicado na França Herman Braun Vega apresenta seus trabalhos. Essa exposição será realizada em parceria com a Galeria Spready, do Chile. Artista em ascenção no cenário internacional, Braun Vega brinca com a história da arte ocidental e, sem dispensar a auto-ironia, revitaliza a velha e boa pintura a óleo.
Obs.: As imagens desta página são apenas ilustrativas. Não são necessariamente elas que estarão expostas no Memorial ao longo de 2010. As obras citadas dos artistas Volpi, Cicero Dias, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Ismael Nery, por exemplo, realmente pertencem ao acervo artístico do Banco Central. Mas o recorte a ser mostrado pelo Memorial ainda será definido.
Por Eduardo Rascov