/governosp
A Fundação Memorial da América Latina recebeu nesta manhã uma delegação de cônsules da América Latina e do Caribe representando o Grulac – Grupo de Cônsules da América Latina e do Caribe. Essa associação se reúne regularmente para discutir ações conjuntas no campo político, econômico, diplomático e, principalmente, cultural. Não foi diferente no Memorial.
João Batista de Andrade, presidente do Memorial, abriu a reunião reafirmando que a instituição presidida por ele é a casa dos latino-americanos e caribenhos em São Paulo. “A nossa missão é estreitar os laços culturais com nossos países irmãos. Queremos que vocês comemorem aqui as datas importantes de seus países. Como fizemos recentemente com a Bolívia, declaramos o Memorial território cultural do país que celebra sua data nacional com a gente”.
Tradicionalmente, o Memorial já sedia as festas nacionais promovidas pelos consulados, mas agora ele dispõe e oferece não só toda sua infraestrutura, como propõe uma maior interação. Na reunião surgiram ideias de todo lado (um verdadeiro brainstorm, como se diz em inglês): por exemplo, Marília Franco, diretora do CBEAL – Centro Brasileiro de Estudos da América Latina, disse que pretende trazer escritores latino-americanos para charlas em nossa biblioteca no que, ato contínuo, a cônsul geral argentina Ana del Carmen Peñaloza acrescentou que então irá solicitar em seu relatório anual verba para transporte e hospedagem de autores argentinos, como já faz para participantes dos festivais de cinema e teatro do Memorial.
Além do incremento dos festivais de teatro e cinema do Memorial, foi discutido como aumentar o apoio dos consulados ao Salão de Outono da América Latina (artes plásticas), doações ao Pavilhão da Criatividade de trajes típicos, objetos da cultura material tradicional e arte popular, bem como livros e filmes à biblioteca do Memorial. Também se ventilou criar uma coleção de livros – editados pelo Memorial – sobre heróis nativos da América Latina, que não estejam exatamente contemplados pela história oficial do continente.
Falando em nome do Grulac, o Cônsul Geral do México José Gerardo Traslosheros reafirmou o desejo do corpo diplomático latino-americano e caribenho acreditado em São Paulo de contribuir para manter o Memorial “vivo e atuante, pois esse é um espaço de integração com a comunidade brasileira”.
Para tanto, ele sugeriu que o Grulac seja comunicado com antecedência de projetos culturais do Memorial para que eles possam se planejar e oferecer o apoio possível. Sugeriu também que haja uma pauta individual, com cada país do subcontinente, para discutir questões específicas, sem deixar, no entanto, de ter como pano de fundo o intercâmbio cultural com toda a América Latina e Caribe. Outra não é a missão do Memorial.
Por Eduardo Rascov