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A possibilidade de leituras do trabalho de Leila Monsegur se sustenta em dois pilares. Por um lado, estão os procedimentos técnicos. Por outro, as leituras simbólicas pela riqueza de elementos arquetípicos que se somam nas imagens que oferece a cada um que se dispõe a observar seu quadro.
Existe a força orgânica proposta pelos mecanismos construtivos que surgem na força da mulher e da ave reconhecíveis enquanto figuras, mas múltiplas enquanto poder evocativo de conversas visuais, pois a dama que observa é análoga ao animal que tem suas asas em forma de galhos.
A figura feminina, mãe natureza em sua essência, revela-se também portadora de ramos de neurônios, fato visual que pode ser associado ao seio que traz em seu significado ser fonte de vida e guarida da alimentação. Manifesta-se assim uma sexualidade longe de ser idílica, mas densamente visceral.
A potencialidade da manifestação espacial entre as duas principais imagens do conjunto plasticamente proposto cria vazio em meio a uma riqueza de sentidos que despertam uma inquietação existencial. Todos, assim, somos árvores de vida, mas portadores de um fim, que a arte, em sua riqueza plástica tenta, a todo instante, mitigar.
Oscar D’Ambrosio