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Por Francisco Cesar Filho – Xiquinho
Presidente do Memorial da América Latina, João Batista de Andrade, ao lado de José Carlos Avellar no Festival de Cinema Latino-americano
Nome de referência no pensamento cinematográfico do Brasil e da América Latina, José Carlos Avellar faleceu no dia 18/03, aos 79 anos.
Jornalista nascido no Rio de Janeiro, durante duas décadas atuou como crítico de cinema do Jornal do Brasil. Integrou júris oficiais e da crítica internacional em festivais como Cannes e Veneza, tendo se tornado representante oficial no Brasil do Festival de Berlim.
Foi diretor da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), presidente da RioFilme, programador do Instituto Moreira Salles e recebeu, do governo francês, a láurea de Chevalier des Arts et Lettres.
Ensaísta, publicou diversos livros, entre eles, “A Ponte Clandestina – Teorias de Cinema na América Latina” (1995), no qual o cinema latino-americano é analisado a partir da produção ensaística e filmografia de diretores da região, como Fernando Birri, Glauber Rocha, Fernando Solanas, Julio García Espinosa, Jorge Sanjinés e Tomás Gutiérrez Alea.
Colaborador, desde sua primeira edição, do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, José Carlos Avellar foi curador, em 2006, das mostras “A Desinvenção da Fronteira” e a “A Invenção do Caminho”. Em 2013, foi merecedor de homenagem do evento, quando preparou uma programação especial com títulos realizados entre 1963 e 2010. Entre outras participações, integrou, na décima edição do festival, em 2015, a mesa de debate “Novas Modalidades Temáticas, Dramatúrgicas e Estéticas”.
Conhecido como um apaixonado pelo Brasil e pela América Latina, Avellar deixa para todos nós um exemplo e muitas saudades.