/governosp
Programação reúne aproximadamente 100 títulos de 12 países da região
Celebrando sua décima primeira edição no período de 21 a 27 de julho, o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo reúne os destaques da produção mais recente feita na região, incluindo vários títulos inéditos no Brasil. No total, são aproximadamente 100 filmes, representando 12 países da América Latina e do Caribe. As projeções acontecem no Memorial da América Latina (Tenda de Projeções e espaço PETROBRAS de encontros), Cinesesc, Centro Cultural Banco do Brasil, Cine Olido, Centro Cultural São Paulo e em unidades do Centro Unificado de Cultura (CEU). Os debates têm lugar no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo.
Várias pré-estreias de novos longas-metragens brasileiros estão programadas. Entre elas, “Mãe Só Há Uma”, o novo filme de Anna Muylaert (de “Que Horas Ela Volta”). Atração na sessão oficial de abertura do evento – agendada para 20/07, no Memorial da América Latina –, o filme mereceu o Teddy Award, a premiação oficial do público LGBT no Festival de Berlim deste ano. A obra conta a história de um jovem de classe média que descobre que foi roubado quando bebê e entra em cartaz nas salas comerciais em 21/07. Nessa data, o festival promove um encontro da diretora do filme com o público, contando com presença da cartunista Laerte.
Outros títulos brasileiros em lançamento incluem “Estopô Balaio”, de Cristiano Burlan, sobre o trabalho do coletivo homônimo na periferia leste paulistana; “Planeta Escarlate”, de Dellani Lima, com atuação e codireção do músico cult Jonnata Doll; “Linha de Fuga”, de Alexandre Stockler, estrelado por Gustavo Machado, Maria Manoela e Martha Nowill; e “Eu Te Levo”, de Marcelo Müller, com Anderson Di Rizzi, Giovanni Gallo e Rosi Campos à frente do elenco.
Eleito melhor filme no Festival de Morélia e inédito no Brasil, o mexicano “Yo”, de Matias Meyer, é um dos destaques internacionais do evento. Trata-se de uma adaptação de conto do escritor francês vencedor do Prêmio Nobel J.M.G. Le Clézio que retrata um jovem sensível que, apesar de ter crescido cheio de desejos sexuais, não possui maturidade para lidar com esses sentimentos. Já a cineasta uruguaia Mariana Viñoles apresenta seu longa “O Mundo de Carolina”, selecionado para o festival IDFA, de Amsterdã, considerado a ‘Cannes do documentário’. Aqui, em uma proposta bastante original, diretora e sua protagonista, que tem síndrome de Down, discutem a própria feitura do filme que fazem juntas. Considerada como revelação do novíssimo cinema argentino, a diretora Luca Ferreyra apresenta seu longa de estreia, “Forasteiro”, uma sensível abordagem sobre um jovem que volta à estância balneária onde passou temporadas de verão. O filme causou impacto quando de sua estreia mundial no Festival de Cinema Independente de Buenos Aires e é inédito no Brasil.
Produção da Guatemala, “A Maior Casa do Mundo” foi selecionado para o Festival de Berlim e mereceu o prêmio especial do júri em Huelva (Espanha). Dirigido pela dupla Ana V. Bojórquez e Lucía Carreras, o filme mostra uma menina que vive nas montanhas enfrentando seus medos diante da natureza e, especialmente, do nevoeiro.
Um dos grandes nomes do recente cinema mexicano, David Pablos teve seu longa de estreia, “A Vida Depois”, selecionado para o Festival de Veneza. Sua obra seguinte, “As Escolhidas”, mereceu lançamento mundial na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes e integra este ano a programação do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. Passado na cidade de Tijuana, nele uma jovem se apaixona por um homem que opera um esquema para atrair meninas para a prostituição e escravidão sexual.
Já o chileno “Aqui Não Aconteceu Nada” teve world première no Festival de Sundance 2016 e conta a história de um jovem estudante de direito que passa alguns dias na praia. Lá, depois de uma noite de festa, descobre que algo terrível aconteceu. O filme foi exibido no Festival de Berlim e conquistou o prêmio da crítica no Festival de Cartagena. Seu diretor, o chileno Alejandro Fernández Almendras, já teve seu longa anterior, “Matar A Um Homem” exibido na edição de 2014 do festival.
Selecionado para o Festival de Roterdã deste ano, onde mereceu o prêmio especial do júri da competição principal, “A Última Terra”, de Pablo Lamar, volta a colocar o cinema paraguaio no circuito internacional, depois do sucesso do longa-metragem “7 Caixas” (2012). Passado em uma colina isolada, o enredo da obra acompanha um casal de idosos que lá vivem sozinhos. A morte da mulher irá transformar o dia seguinte. No Festival de Toulosse, a produção ganhou o premio da crítica francesa.
Mostras especiais focalizam produções mexicanas recentes e históricas. Duas retrospectivas são dedicadas ao período conhecido como a idade de ouro, ocorrido a partir da década de 1940, quando o México passou a dominar o mercado cinematográfico da América Latina e tornou-se maior produtor de filmes de língua espanhola. A programação contempla obras estreladas pelas chamadas divas (María Félix, Ninón Sevilla, Marga Lopez, Estrela Inda e Dolores Del Rio) e uma seleção de filmes noir, como “Na Palma de Tua Mão”, “Irmãs Malditas”, “Distinto Amanhecer” e “A Riqueza do Diabo”. Já a realização recente mexicana merece uma mostra dedicada a longas dirigidos por mulheres, responsáveis por 25% dos filmes produzidos no México em 2015.
Uma mostra especial celebra os dez anos do projeto DocTV Latinoamerica, que produz documentários exibidos em emissoras públicas de televisão. Estão presentes 20 títulos realizados no período, com destaque para os brasileiros “Jesus no Mundo Maravilha”, de Newton Cannito, “Laura”, de Fellipe Gamarano Barbosa, e “Horizontes Mínimos”, de Marcos Pimentel. Outros países representados são Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, México, Panamá, Uruguai e Venezuela.
O 11º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo apresenta ainda a Mostra de Escolas de Cinema Ciba-Cilect, com curtas e médias-metragens de graduação das mais importantes instituições do gênero. Competem nesta seção produções de 13 cursos superiores de audiovisuais, representando sete países.
O cardápio do festival se completa com encontros e debates. As mesas, todas com debatedores internacionais, têm por tema a idade de ouro do cinema mexicano, coprodução internacional, o espaço para o cinema alternativo e as mulheres atrás das câmeras. Também está agendada uma edição especial do projeto Cinema da Vela, com convidados latino-americanos.
A curadoria do 11º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo é assinada por João Batista de Andrade, Jurandir Müller e Francisco Cesar Filho. Uma realização do Memorial da América Latina, da Secretaria de Estado da Cultura, e da Associação do Audiovisual, o evento é uma iniciativa do Ministério da Cultura / Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com patrocínio da Petrobras e do Centro Cultural Banco do Brasil, com correalização da Spcine e do Sesc São Paulo.
Mais informações podem ser acessadas no website do festival: http://www.festlatinosp.com.br/.
Serviço
11º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo
Data: 21 a 27 de julho de 2016
Abertura: 20 de julho de 2016, quarta-feira, às 20h30, no Memorial da América Latina
Locais: Memorial da América Latina (Tenda de Projeções e espaço PETROBRAS de encontros), Cinesesc, CCBB, Cine Olido, Centro Cultural São Paulo, unidades do CEU e Centro de Formação e Pesquisa do Sesc
Programação:
Mais informações: http://www.festlatinosp.com.br/