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Festival trará peças de doze países, entre elas, a mexicana “Tom Pain,una obra basada en nada”(foto)
A Diretoria de Atividades Culturais (DAC) da Fundação Memorial da América Latina encontra-se em pleno ritmo de produção. Estão sendo feitos os preparativos para a terceira edição do Festival Ibero-americano de Teatro de São Paulo, que se realiza de 8 a 14 de março de 2010. Dele participam montagens teatrais de Portugal, Espanha e mais dez países latino-americanos, incluindo o Brasil. O Festibero foi criado pelo Memorial em 2008 para identificar, estimular e colocar em contato iniciativas teatrais contemporâneas da grande nação latina.
Este ano, a Comissão Curatorial do III Festibero foi encorpada com alguns dos principais protagonista do teatro brasileiro. Dela fazem parte a diretora teatral Elvira Gentil e os atores Paulo Betti, Lima Duarte e Eva Wilma. O Festival conta também com a assessoria da uruguaia Glória Levy, que desde Montevidéu ajuda a escolher os grupos teatrais da região do Mercosul.
Ainda é cedo para publicar a totalidade dos participantes, pois as confirmações finais devem ocorrer em fevereiro. Mas é certo que a Cia. Argos, formada em 1996, na cidade de Havana, em Cuba, apresentará o espetáculo Final de Partida. Fundada pelo encenador Carlos Celdrán, professor do Instituto Superior de Arte de Cuba, a cia. já montou obras seminais como La Tríada o La Pequeña Orestíada, baseado na Oresteia de Esquilo e As Moscas de Jean Paul Sartre; Baal e El Alma Buena de Se-Chuan, ambos de Bertolt Brecht; La Vida es Sueño de Calderón de la Barca, A Menina Júlia de August Strindberg, Roberto Zucco de Bernard-Marie Koltès, Vida y Muerte de Pier Paolo Pasolini de Michel Azama, Stockman, Um Inimigo do Povo, de Henrik Ibsen, Chamaco, de Abel González Melo e Fango, de María Irene Fornés.
Outro grupo confirmado é o mexicano Entre Piernas, com a peça Tom Pain, una obra basada en nada, de Will Eno. O texto do dramaturgo americano foi montadaopela primeira vez pelo Entre Piernas na cidade do México em 2008. Durante toda a peça, vemos um homem descalço sobre um bloco de gelo de verdade. A direção é do mexicano Alberto Villarreal. Segundo ele, “Tom Pain reflete livremente sobre a alma de todos nós: os consumidores, os herdeiros do progresso da humanidade. É uma montagem cênica da vida interior do homem médio contemporâneo. Em um mundo que rende culto a personalidades de celebridades, Tom Pain enfoca a vida de um homem simples, alguém com quem topamos diariamente na rua (ou no nosso próprio espelho). Este teatro não oculta nossa vulnerabilidade. É uma radiografia dos resíduos do espírito humano contemporâneo; uma rebelião do espírito contra o prozac e os antidepressivos…”
Como nas outras edições, o Festival contará com mostras paralelas, palestras, mesas redondas e oficinas, com a participação de convidados internacionais, dramaturgos, diretores e atores ibero-americanos.
Por Eduardo Rascov
Fotos Divulgação “Tom Pain”