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Em comemoração aos 120 anos da Abolição da Escravatura no Brasil, o Memorial da América Latina, em conjunto com a Afrobras e a UniPalmares, reúne no mesmo palco os irmãos Wilson Simoninha e Max de Castro. O evento acontece no dia 14 de maio, às 21h, no Auditório Simón Bolívar, com entrada franca, e marca o lançamento comercial do documentário “Ninguém Sabe o Duro Que Dei” sobre a polêmica trajetória do cantor Wilson Simonal (1939-2000).
Além do show, o evento conta ainda com a exibição do documentário e proporcionará ao público um debate sobre a vida e obra do cantor, com artistas, jornalistas e estudantes. Um incidente nunca esclarecido envolvendo agentes do DOPS e um ex-empregado seu, durante a ditadura militar, lançou sobre ele um processo criminal e a suspeita de que fosse delator para as forças de repressão.
O filme de Cláudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal narra a história de ascensão e queda do cantor negro que venceu os preconceitos impostos pela sociedade da época e lutou para obter o reconhecimento artístico. Wilson Simonal nasceu no Rio de Janeiro e ganhou destaque na televisão nos anos 60, rivalizando com o domínio de Roberto Carlos e outros ídolos da Jovem Guarda. No auge da fama, dividiu o palco com a cantora Sarah Vaughan, em visita ao Brasil. Acompanhou a seleção brasileira ao México na conquista do tricampeonato, em 1970, e até arriscou a reflexão política sobre a negritude, na canção "Tributo a Martin Luther King", composta em parceria com Ronaldo Bôscoli
As comemorações dos 120 anos do fim da escravidão começaram em alto estilo no domingo, 11 de maio, no próprio campus da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares, com o show “Mulheres Negras”, do qual participaram Leci Brandão, Negra Li, Leilah Moreno e Vanessa Jackson. Na ocasião, o Reitor da Unipalmares observou: “Nós estamos com o nosso país comemorando os 200 anos da chegada da família real portuguesa, estamos com o nosso país comemorando o centenário da imigração japonesa, mas não vemos nosso país comemorando os 120 anos da Abolição. Hoje a Unipalmares é o único lugar onde comemoramos essa data. O Sonho da liberdade permanece atual e nós vamos construir esse sonho a cada dia”.
Durante o domingo, a Unipalmares organizou uma feira de empreendedorismo. Simultaneamente, os alunos do 7º semestre de Administração comercializaram alimentos, artesanatos e roupas; o “atendimento cidadania” trouxe uma equipe do Hospital do Coração para medir pressão, glicemia e indicadores de nutrição; o Salão de Beleza “Etnia Brasil” prestou serviços gratuitos (cortes de cabelo, hidratação e escova nos cabelos); a criançada se divertiu com piscina de bolinha e cama elástica; e os alunos da LBV montaram barracas com venda de alimentos.
A Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares surgiu de projetos sociais desenvolvidos pela ONG Afrobrás que visavam a qualificação de negros para o mercado de trabalho. Fundada em 2000, a Unipalmares tem atualmente 1700 alunos, dos quais 87% são negros, e oferece os cursos de Administração, Direito e Tecnologia do Transporte Terrestre.
120 anos da Abolição da Escravatura
Exibição do documentário “Ninguém Sabe o Duro Que Dei” e
show de Wilson Simoninha e Max de Castro
Dia 14 de maio, às 21h
Entrada franca – retirar ingressos a partir das 14h no dia do show
Auditório Simón Bolívar – Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 (ao lado do metrô)
Barra Funda – São Paulo
Tel. 3823-4600