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O cineasta, escritor e gestor cultural João Batista de Andrade lança o livro de contos “Poeira e Escuridão” na terça, 18 de agosto, no Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, mais conhecido por Casa das Rosas, na avenida Paulista, em São Paulo. O livro foi editado pela Letra Selvagem, que no mesmo dia lança os romances “O Tribunal”, de Álvaro Alves de Faria, e “Os Vira-Latas da Madrugada”, de Adelto Gonçaves.
Os lançamentos se dão a partir das 19h30, mas antes do início da sessão tripla de autógrafos o escritor e crítico Fábio Lucas apresenta os autores e juntos, mais o público, refletem sobre o tema sempre atual “Literatura e Liberdade”.
Aos 75 anos, João Batista de Andrade mantém-se muito ativo. Além de dirigir a Fundação Memorial da América Latina e publicar artigos na imprensa, João Batista escreve ficção e filma. Seus últimos documentários, as séries “Travessia” e “Na Sombra da História” foram exibidos recentemente pelo Canal Brasil e o Senac TV, entre outros.
Travessia é um documentário baseado em depoimentos de vida sob a ditadura militar. Apresenta reflexões de pessoas que tiveram uma participação expressiva nesse período, seja a favor ou contra o Golpe de Estado. Na Sombra da História atualiza a História do Brasil por meio da reflexão sobre momentos marcantes, como a Independência, a Semana da Arte Moderna e as revoluções de 30 e 32.
Por conta desses e de muitos outros filmes – “o documentário sempre foi minha paixão”, confessa – João Batista de Andrade será um dos primeiros entrevistados de Amir Labaki, criador do Festival É Tudo Verdade, no programa “Cineastas do Real”, que estréia hoje no Canal Brasil. Labaki mandou a seguinte mensagem ao presidente do Memorial: “O programa que tive o privilégio de gravar com você irá ao ar pela primeira vez no dia 16 de setembro (às 23:30hs), com reprise no sábado às 16h30 e na terça às 12h30”.
João Batista de Andrade também entrou para a história do cinema ficcional brasileiro ao filmar “Doramundo” (1978), “O homem que virou suco” (1980), “A próxima vítima” (1983) e “O país dos Tenentes”, entre outros. Premiado e aclamado como cineasta, sempre alimentou entranhada relação com a literatura, que se manifesta em sua filmografia, quer na urdidura dos roteiros, quer na transposição para as telas de obras literárias, como os romances Veias e Vinhos (Miguel Jorge) e O Tronco (Bernardo Élis). Enquanto colhe louros como cineasta, vai publicando os seus livros, sete até este momento (o último intitula-se Confinados: memórias de um tempo sem saídas). Já seus próprios romances e contos cheiram a terra, sangue, lágrimas e suor, numa perfeita assimilação do mundo que o rodeia, e não obstante rompem os limites desse mundo para elevar-nos à universalidade da poesia humana, inespacial e atemporal. A memória e a ternura são os dois elementos fundamentais dessa alquimia psíquica, os elementos de captação e transfiguração do real, de que João Batista de Andrade se serviu em toda a sua obra, como ficcionista ou não.
Sempre ligado às lutas em prol da cultura brasileira, João Batista de Andrade criou como Secretário Estadual de Cultural de São Paulo a Lei da Cultura (Proac). Eleito intelectual do ano em 2014, recebeu o tradicional Troféu Juca Pato, oferecido anualmente pela UBE (União Brasileira de Escritores) a uma personalidade do universo cultural cuja obra tenha promovido relevante reflexão, característica marcante da atuação de João Batista de Andrade, quer no cinema, quer na literatura.
Serviço:
Lançamento do livro “Poeira e Escuridão”, de João Batista de Andrade
Edições Letraselvagem, 2015, SP
avenida Paulista, 37 (Metrô Brigadeiro)
Terça, 18 de agosto, 19h30