
A Fundação Memorial da América Latina recebeu mais uma vez uma edição brasileira da milenar Festa do Sol andina, que remonta as comemorações do Ano Novo no tempo dos Incas. Pela contagem ancestral, estamos entrando no ano 5523 das culturas andinas que deram origem aos povos atuais Aymará e Quíchua, predominantes na Bolívia e no Peru, principalmente. Inti Raymi reúne, além de rituais tradicionais, uma feira de artesanato, gastronomia e apresentações de grupos de origem andina. A festa foi na Praça da Sombra, no dia 28 de junho, domingo.
Os grupos de música e dança bolivianos Kantuta, Phusiris e Saya Afroboliviana e o peruano Sikuris Puno alegraram a festa, que reuniu especialmente a comunidade boliviana e peruana e contou com a presença de muitos brasileiros.
Segundo o boliviano Rene Barrientos, do Instituto de Culturas e Justiça da América Latina e Caribe (Icujal), um dos organizadores do evento, “essa é uma grande festa em Cuzco, no Peru, e trazê-la ao Brasil tem o significado de manter viva também no país que escolhemos para viver a tradição, a música folclórico, o canto, a dança de nossos povos ancestrais, que se espalhavam do norte do Chile e Argentina até o Equador e Colômbia”.
A tradição reza que no império Inca os nobres se consideravam filhos naturais do Sol e deviam corresponder a ele com sacrifícios e oferendas. Os povos originários viviam da agricultura e dos ritos agrícolas em devoção à mãe Terra (Pachamama) e ao pai Sol (Inti). Rituais com oferendas foram reproduzidos na Inti Raymi no Memorial.
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Como sempre, as festas dos povos latino-americanos no Memorial são marcadas por muita descontração, regada a bebidas e comidas típicas e shows folclóricos e musicais. E o Memorial continua de Mão e braços abertos à comunidade latino-americana residente em São Paulo, cujo número não para de aumentar e se diversificar.
Fotos Daniela Agostini