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Monica Allende Serra visitou a Fundação Memorial da América Latina esta manhã com a finalidade de doar cerca de dois mil exemplares do livro “Diversidade Cultural e Desenvolvimento Urbano”, organizado por ela e publicada pela Editora Iluminuras, em 2005, com edições em português e em espanhol.
O Memorial planeja distribuí-lo aos alunos de seus diversos cursos, organizados pelo Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL). A publicação surgiu a partir das atividades da ONG brasileira Arte Sem Fronteiras (ASF), no âmbito dos debates do Fórum Universal das Culturas, organizado pela UNESCO na cidade de Barcelona, em 2004.
Coordenada por Monica Serra, a ASF participou dos Diálogos de Barcelona, no painel “Cultura Inclusão Social e Sociedade Civil”, em 25 de agosto daquele ano. Apoiada pelo BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, as iniciativas da ASF almejavam identificar traços culturais úteis à formulação de políticas públicas para a área de cultura que potencializem a geração de capital social, promover o debate sobre direitos autorias, estimular a formação de redes culturais, bem como o intercâmbio de experiências entre o setor cultural (artistas, produtores, ONGs, intelectuais), o setor econômico (empresários, economistas, executivos) e o setor de governo, que tem a responsabilidade de gerir as políticas econômicas e culturais.
O livro “Diversidade Cultura e Desenvolvimento Urbano” é dividido nas seguintes partes: Cultura e Violência, Diversidade e Direitos Culturais, Cultura e Cidade Sustentável. A obra tem artigos de intelectuais de vários países, como Eduardo Bolán, Mauricio Tenorio-Trillo, Néstor García Canclini e Rossana Reguillo (todos do México), Ana Maria Ochoa Gatier e Juan Luis Mejía Arango (Colômbia), Gonzalo Carámbula (Uruguai), Nicolas Shumway (EUA), Yvonne Donders (França), Tício Escobar (Paraguai), Saúl Sosnowski (Argentina) e os brasileiros Rita Laura Segato e Teixeira Coelho, além da própria Monica Serra.
Recebida pelo presidente do Memorial, Fernando Leça, e pelo diretor do CBEAL, Adolfo Melfi, a psicóloga e ex-primeira-dama do Estado de São Paulo contou com entusiasmo do projeto no qual está bastante envolvida atualmente: a campanha pela prevenção do câncer de mama promovida pelo Instituto Se Toque, fundado por ela em 2005. A fim de conscientizar a população de baixa renda da importância dos exames preventivos a Se Toque usa uma estratégia interessante: aborda as crianças nas escolas públicas e, por meio de palestras e encenação teatral, ajuda os alunos a convencerem suas mães – a partir dos 35 anos – a não só se auto-examinarem como também procurarem ajuda médica regularmente. No ano passado o câncer de mama foi responsável pela morte de 11 mil mulheres no Brasil.
Mônica Serra criou um instrumento peculiar para servir de vetor dessa campanha. É o Colar da Vida, que fala diretamente à cultura feminina. Como o nome anuncia, trata-se de um colar de pérolas de vários tamanhos, da menorzinha à maior. No centro, uma bola de cristal. Ele simboliza a progressão do câncer de mama se não for detectado no início, quando a “pérola” ainda é pequenininha. Daí a importância do toque. Por outro lado, também significa a vitória sobre a doença, transformando-a em um adereço da beleza da mulher. O Colar da Vida é distribuído às crianças das escolas que fazem parte do projeto, por enquanto centrado na zona norte de São Paulo. Elas devem levar às suas mães para servir de alerta e de lembrete. Aqueles que quiserem ajudar na campanha podem compra-lo pelo site www.setoque.org.br pela contribuição de R$ 20,00.
Outro aspecto importante do Instituto Se Toque é facilitar a mamografia para as trabalhadoras. Atuando em parceria com o Instituto do Câncer e o Hospital Vila Nova Cachoeirinha, o Se Toque agiliza o exame e o seu resultado. Embora a lei diga que toda mulher tem direito a se ausentar do trabalho um dia por ano para fazer a mamografia, ela acaba tendo que não ir trabalhar pelo menos três dias: um para marcar o exame, outro para fazê-lo propriamente e um terceiro para pegar o resultado. Conforme contou Monica Serra, isso acaba trazendo problemas para a trabalhadora. O Instituto Se Toque marca o exame e providencia o resultado no mesmo dia. Também ele acompanha a mulher em exames adicionais, caso por meio do toque de mama surja evidência que o torne necessário.