X Festa de Cosme e Damião
Entre meados de setembro e outubro ocorrem as Festas de Cosme e Damião, cuja data festiva no calendário litúrgico ocorre em 27 de setembro. É a festa das crianças, sempre com distribuição de balas, brinquedos, doces e guloseimas em geral. Da forma mais sincrética envolve católicos, umbandistas, candomblesistas e cidadãos sem identidade confessional de todas as classes sociais. Distribuição feitas no interior dos terreiros, nas portas dos templos, de passagem pelas ruas, nas residências, em salões de festas dos prédios, em orfanatos e creches. Em alguns lugares do Vale do Paraíba e da Região Bragantina, há um ritual com vários elementos comuns e finalidades similares: a Mesa dos Anjos.
IX Reiada
Folias de Reis, Ternos de Reis, Reiadas são grupos que, em forma de ranchos, recontam a lendária viagem dos Três Magos do Oriente para adorar o Deus Menino.São os folguedos mais difusos no Estado, com área de maior concentração no noroeste do Estado, onde também se concentram os Encontros de Folias de Reis ou Festas de Reis. Reiada é o nome que se dá aos grupos reiseiros do Litoral sul de São Paulo. No Revelando designará o grande encontro de nossos folguedos de Reis.
São grupos que por devoção, por gosto ou função social peregrinam de casa em casa do dia de Natal até 6 de Janeiro, ponteando quase todas as regiões do Estado. Em cantoria fazem uso de temas religiosos, da Profecia ao Nascimento de Jesus Menino, à Visita dos Reis Magos. Cumprem sempre, aproximadamente, os mesmos rituais de chegada e despedida, visitando os amigos e os devotos, atendendo pedidos, tirando promessas, (ajudando os devotos a cumprir suas promessas). Bastiões, marungos, palhaços, são personagens sempre presentes nestes folguedos, com máscaras confeccionadas nos mais diversos materiais (peles de animais, tecidos, napa, tela de arame, cabaças, papelão, colagem de papel), com trajes vistosos, divertem a todos com seus saltos acrobáticos, dançando, declamando romances tradicionais, jogando versos decorados. Quando em visita a uma casa, uma folia é motivo de festa para toda a rua. Folguedo mais expressivo e difuso em São Paulo, não se sabe ao certo quantas folias existem no Estado.
IX Encontro de Catira
Catira e cateretê são denominações de nossas danças de sapateado, derivadas do antigo fandango português. Ponteiam todo o Estado, incluindo-se a grande São Paulo. Com os Encontros de Catira estaremos buscando estimular a participação das crianças e grupos de jovens.
VII Noite de São João
Significativa representação dos rituais e folguedos do Ciclo Joanino em São Paulo, ao redor de grande fogueira e pau de sebo.Será organizada e capitaneada pelos municípios que tenham por padroeiros São João, Santo Antônio e São Pedro.
VII Noite dos Tambores
Oportunidade de encontro dos grupos de lastro bântu (batuques, jongos,…), varando a noite toda, como de costume nos terreiros coloniais e presentemente .Jongo é dança de origem banto, do mesmo tronco do batuque, ambos, ancestrais do samba e do pagode, que resiste em alguns pontos do Vale do Paraíba. Em Taubaté, São Luís do Piratinga, Pindamonhangaba e Cunha, encontram-se os últimos redutos de jongueiros do Vale Paulista e que se encontram, no momento, em fase de revivescência. Estruturado em roda, em torno de uma fogueira que ajuda a manter a afinação dos tambores, acontecem hoje em praças públicas, da mesma forma que, outrora, aconteciam nos terreiros. Com ela os participantes homenageiam São Benedito e os nossos antepassados negros.
Lenço e samba de bumbo – São duas variantes do samba tradicional em São Paulo, considerados como os ancestrais do samba cosmopolita. Guardam traços que os aproximam do jongo e do batuque, seus parentes próximos e por muitos considerados como seus antecessores. O de Bumbo, tem como foco de aglutinação a Festa do Bom Jesus, em Pirapora. O Lenço, a devoção familiar do grupo a São Benedito. As letras e melodias são singelas e funcionais, algumas tradicionais, outras estruturadas de acordo com as circunstâncias.
V Carreira de Bois
Carreiras de Boi é o nome que, em Porto Ferreira, recebem os cortejos, muitos, que têm os boizinhos, vaquinhas, bonecões e outros bichinhos de saias durante o carnaval. E são muitos os municípios que possuem um animado carnaval de rua organizado, animado e fruído pela comunidade. Com a Carreira de Bois no Revelando serão colocados em destaque os aspectos de nossos carnavais espontâneos, assinalando uma alternativa paulista aos carnavais baianos temporões.
Cavalhada
Há hoje em São Paulo duas modalidades de cavalhadas. Aquelas que reelaboram os relatos das lutas de Carlos Magno e os Pares de França contra os Mouros (lutas de Mouros e Cristãos) estruturando-se simbolicamente a rivalidade em dois campos que se opõem, nas investidas que cada grupo faz ao campo adversário e na oposição das cores: azul para os cristãos e vermelho para os mouros. O conflito é acirrado com mortes, raptos, prisões, embaixadas e resgates.
Os cavaleiros (12 representando mouros e 12 representando cristãos) sempre muito hábeis nas manobras com seus animais, esforçam-se em campo para dar conta do entrecho dramático através de carreiras e evoluções, em duplas ou grupais, de manejos de espadas, lanças e tiros de festim, com a participação de coadjuvantes mascarados, sempre em números variáveis. A luta termina com a vitória dos Cristãos e a conversão dos Mouros.
A outra modalidade de Cavalhada, registrada no Brasil já no século XVI, sem entrechos dramáticos, estrutura-se em uma série variável de jogos montados:das argolinhas, das canas (lanças), as alcancias. São muitas as notícias destes jogos eqüestres dentro da cidade de São Paulo no século XIX, o que sugere que os paulistas já possuíam um gosto especial pelo divertimento.
X Congado
Congado é sinônimo de encontro ritual de vários grupos de Congos, Moçambiques e assemelhados. Há quase 12 anos, a partir da observação e análise dos congados mineiros e encontros de congos em São Paulo, a Abaçaí Cultura e Arte alimentou a intenção de criar o Congado de São Paulo, oportunidade que se ensejou no Revelando 98.Durante o Encontro são escolhidos e coroados o Rei Congo e Rainha Conga de São Paulo, significativa cerimônia da qual participaram, em 2005, 33 congadas e moçambiques do estado de São Paulo, perfazendo um total de mais de 1.500 congueiros.
Com o Congado Paulista pretendemos promover o encontro das Companhias e Ternos, buscando refletir a diversidade dos grupos em São Paulo e dinamizar suas atividades. Será também oportunidade de encontro das Irmandades de São Benedito e N. Sra. do Rosário, quando será possível maior troca de experiências, registro fotográfico, gravação de depoimentos, ampliando assim o cabedal de informações e ensejando a divulgação e dinamização do universo congueiro de São Paulo. Será também oportunidade de aclamação e coroação do Rei e Rainha Conga do Estado de São Paulo, com duração de reinado anual.
Congos, Congadas, Cacumbis, Ticumbis e Catopês são cortejos, revelando grande aculturação africana, que aparecem nos mais diversos pontos do país, em festas religiosas, principalmente nas dedicadas à Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito. Às vezes possuem Reinado com rei, rainha e vassalagem, envolvendo parte dramática com embaixadas e lutas. Mais comumente aparecem na forma de préstitos com os participantes cantando e dançando. São facilmente encontráveis da Paraíba ao Paraná, sendo Minas Gerais e São Paulo sua maior área de concentração.
Moçambiques ou maçambiques são folguedos que aparecem durante quase todo o ano nos municípios do Vale do Paraíba, nos que circundam a cabeceira do rio Tietê a noroeste de São Paulo, em todo Estado de Minas Gerais, notadamente a Grande Belo Horizonte. São grupos religiosos que homenageiam com suas músicas e suas danças os santos padroeiros – São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Suas atuações os caracterizam por manobras (evoluções) e manejos de bastões, por vezes complexos, e sapateados que exigem dos participantes destreza ímpar. Seu traço distintivo são os paiás (carreiras de guizos) ou gungas (pequenos chocalhos de latas) atados aos tornozelos dos moçambiqueiros