A influência italiana no Brasil tem como referência primordial o legado artístico do arquiteto italiano Antonio José Landi, que a partir da segunda metade do século XVIII influenciou diretamente a arquitetura brasileira. Em 1753, no dia 20 de julho ele chegou em Belém do Pará onde introduziu, com antecedência de décadas, o neoclassicismo no Brasil, diferentemente do apregoado por inúmeros historiadores que atribuem a influencia neoclássica na arte brasileira somente após 1816, com a chegada da Missão Francesa no Rio de Janeiro.
Além de José Landi, a partir da segunda metade do século XIX inúmeros artistas e artesãos italianos se instalaram no Brasil, em especialem São Paulo. Emcontrapartida, um número significativo de artistas brasileiros, – considerados na atualidade como expoentes nas artes visuais do Brasil – viajaram à Itália para aperfeiçoar suas técnicas de pintura, escultura e gravura.
Fixaram residência e, aqui exerceram suas profissões, os artistas italianos: Eliseu Visconti, Carlos Oswald, Antonio Ferrigno, Giambatista Castagneto, Benjamin Parlagreco, Nicolau Facchinetti, Galileo Emendabili, Ettore Ximenes, Luis Brizzolara, Nicolau Rollo, Enrico Bianco, Victorio Gobbis, Fulvio Pennacchi, Paolo Rissone, Antonio Rocco, Alfredo Volpi, Torquato Bassi, Ernesto di Fiore, Mick Carnicelli, Giuseppe Perissinoto, Amadeo Zani, Waldemar Cordeiro, Danilo Di Prete, Ana Maria Maiolino, Maria Pólo, Domenico Calabrone, Mario Zanotto, Gerda Brentani, Marco Butti e, entre outros, Maria Bonomi e Donato Ferrari.
Em contraponto, estudaram na Itália: Victor Meirelles, Henrique e Rodolfo Bernardelli, Antonio Parreiras, Pedro Weingartner, Arthur Timotheo, Francisco Leopoldo e Silva, Victor Brecheret, Aldo Bonadei, e entre outros, Bruno Giorgi.
Direta e ou indiretamente, os italianos no Brasil e os seus descendentes ítalo-brasileiros influenciaram a arte brasileira: além dos artistas radicados no país, filhos e netos de italianos compõem uma parcela significativa da arte desenvolvida no nosso país. Entre os descendentes destacamos: Cândido Portinari, José Pancetti, Iberê Bassini Camargo, Aldo Bonadei, Arcângelo Ianelli, Luis Sacilotto, Guido Viaro, Alfredo Ceschiatti, Francisco Rebolo, Mário Zanini, Hercules Barsotti, Poty Lazzarotto, Ado Malagoli, Ubi Bava, Túlio Mugnanini, Rossi Ozir, Teresa D’Amico, Hugo Adami, Odeto Guersoni, Arnaldo Ferrari , Antonio Carelli, Cezira Carpanezzi e Ítalo Cencini.
A contribuição italiana na arte brasileira permanece até os dias atuais por intermédio de artistas das novas
gerações como Regina Scalzilli Silveira, Arthur Luiz Piza, Luis Paulo Baravelli, Leda Catunda, Paulo Pasta, Mônica Nador, Ângelo Venosa, Cláudio Tozzi, Sergio Romagnolo, Gal Oppido, Karla Girotto, Daniel Senize, Carlito Carvalhosa, Carlos Vergara, Ana Bella Geiger, Rômulo Fialdini, Rochelle Costi e entre outros, Alex Vallauri e os Irmãos Campana.
Texto pelo curador João Spinelli.