/governosp
Uma delegação da Universidad Nacional de Tucumán alegrou a tarde do Memorial nesta sexta, 5 de outubro. Eles são alunos do curso de mestrado em Relações Internacionais do Instituto para la Integración y el Desarrollo Latinoamericano. A cada dois anos o grupo sai da província ao norte da Argentina e vem ao Brasil (Paraná e São Paulo) para cumprir intensa agenda cultural. No ano que não visitam nosso país, vão ao Chile, outro importante parceiro econômico e cultural da Argentina. A iniciativa tem o apoio do serviço diplomático do país hermano.
Capitaneados pelo diretor do Instituto, o professor Jorge José Torres, esta é a quinta visita dos estudantes da província argentina ao Memorial nos últimos dez anos. Eles foram recebidos pelo presidente Fernando Leça, que lhes deu as boas-vindas, lhes apresentou o Memorial e lhes falou de nossos programas acadêmicos, como a Cátedra Memorial da América Latina. Em seguida, o grupo foi ao Pavilhão da Criatividade, onde recebeu explicações dos monitores.
O professor Torres esclareceu que esta não é uma viagem optativa dos alunos de RI. “Faz parte do currículo e é obrigatória. Valorizamos bastante o intercâmbio cultural com o Brasil, contou.” Dra. Skarleth Vargas Camacho – jovem advogada natural da Bolívia, mas residente em Tucumán desde criancinha – foi uma das organizadoras da viagem. Ela já havia vindo ao Memorial há 2 anos. Entusiasmada com o intercâmbio acadêmico-cultural, Skarleth só reclamou não poder ficar mais tempo no Brasil para mergulhar na autêntica cultura brasileira.
A Universidade Nacional de Tucumán é pública e o curso de Relações Internacionais é oferecido apenas em nível de pós-graduação. Entre os alunos, alguns fizeram cursos de graduação em ciências humanas e outros em exatas. Azucena Odela Haddad, por exemplo, é formada em tradução e intérprete (inglês). Ela resolveu estudar Relações Internacionais porque, segundo ela, essa matéria “é um marco de todo tradutor, que, mais do que operar uma transferência lingüística, em seu trabalho constrói uma ponte intercultural, daí a importância desta visita ao Brasil”.
Carlos Augusto Aguirre é engenheiro agrônomo e professor universitário de economia agrária, mas resolveu excursionar por outro campo do saber. “Escolhi relações internacionais, que me permite conhecer o outro, culturas diferentes, e ter experiências maravilhosas como esta no Memorial”.
Além do Memorial, os estudantes de Tucumán visitaram o Palácio dos Bandeirantes, o MASP e a Fiesp. A província de Tucumán fica ao norte da Argentina, próxima do Chile e da Bolívia. É uma região de grande beleza, ainda pouco explorada pelos turistas brasileiros. Um dos destaques são as Ruínas de Quilmes, antiga cidade de pedra dos Calchaqui, povo que por lá viveu desde 800 anos AC. Eles estavam integrados ao Império Inca quando chegaram os espanhóis. Bravos guerreiros, resistiram por mais de 100 anos até serem totalmente dominados. Mas deixaram enigmáticos Menhires, monolitos de até 3 m de altura com inscrições ainda não decifradas.