Exposição: Assentamento
O Memorial da América Latina tem o prazer de anunciar a inauguração da exposição “ASSENTAMENTO”, uma proposta do artista-autor Pedro Martins.
A mostra se insere em um contexto de reflexão crítica sobre o apagamento das memórias negras nos espaços urbanos, abordando as políticas de memoricídio que visam silenciar a história cultural e patrimonial das populações negras.
Com uma seleção de 60 trabalhos, a exposição analisa a dinâmica das memórias urbanas e suas interações com os processos coloniais no Brasil, focando em bairros memoráveis da capital paulista, como Liberdade, Paissandu, República, entre outros.
Pedro Martins fundamenta sua pesquisa em diálogos com pensadores como Milton Santos, que aborda as teorias espaciais, e Francesco Careri, que investiga a experiência do caminhar nas cidades. A mostra também conversa com críticas contemporâneas ao memoricídio, inspirando-se em autores como Leandro Missiato, Grada Kilomba e Walter Mignolo, que promovem discussões sobre arte, memória e identidade.
A construção das fotografias foi inspirada nas técnicas de renomados artistas, como Chōtoku Tanaka, Daido Moriyama, Eustáquio Neves e Rosana Paulino, reforçando a importância da representação visual na preservação da memória afro-diaspórica latino-americana.
“ASSENTAMENTO” convida todos os visitantes a refletirem sobre a importância da memória na formação de identidades urbanas e no fortalecimento de narrativas inclusivas. A exposição é uma oportunidade imperdível para explorar as complexidades da memória negra urbana e seu impacto nas sociedades contemporâneas.
Pedro Martins, natural de São Paulo, é bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas e atualmente cursa pós-graduação em História da Arte – Teoria e Crítica pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Como artista multimídia e escritor, Pedro explora as camadas complexas da memória e da consciência, ancorando suas reflexões em teorias históricas, políticas e psicanalíticas. Seu trabalho aborda a dimensão simbólica do corpo e do espaço e os ideais imaginários que os moldam, revelando uma desconfiança radical em relação às estruturas narrativas estabelecidas e propondo uma releitura poética das fissuras e resistências encontradas nas encruzilhadas do inconsciente.
O livro de poemas “É Preciso que a Coisa se Perca”, também do artista Pedro Martins, estará disponível ao longo da exposição para compra.
Data: 20/11/2024 a 26/01/2025
Horário: terça a domingo, das 11h às 17h
Local: Gabo, Memorial da América Latina, portão 9
Valor da entrada: Gratuito