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O Presidente do Memorial da América Latina e cineasta, João Batista de Andrade, esteve na noite da última segunda-feira (21), na Universidade Nove de Julho (UNINOVE) – campus Memorial para uma conversa com alunos do curso de Direito.
Acompanhado do professor e presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Dimas Ramalho, e do professor de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC SP), Cláudio Langroiva Pereira, o bate-papo abordou questões sobre cinema, direito, política, poder, democracia e também um pouco da história de João Batista como cineasta.
No início do encontro, foi exibido o curta-metragem Restos, produzido pelo cineasta em 1975. O filme mostra a vida dos catadores de lixo no chamado lixão da Raposo Tavares. Lá, entre 100 e 200 pessoas trabalhavam catando papéis, metais, latas, que eram vendidos como sucata, e sobreviviam comendo restos de alimentos.
“A ideia de fazer o curta surgiu a partir da leitura de uma matéria de jornal sobre a visita de um estadunidense que estava interessado no lixo de São Paulo. Aquilo mexeu comigo. Quando estudava cinema, eu já havia filmado o lixão. Fiz tudo sozinho, com uma câmera 16 milímetros. Tenho muito orgulho desse trabalho”, destacou o João Batista.
A proposta da exibição foi para que os participantes do encontro refletissem sobre linguagem cinematográfica e por que um filme em preto e branco, mudo e com duração de 10 minutos foi apreendido e proibido pela censura da militar em 1975.