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O venezuelano Luis Perez-Oramas é o escolhido para ser o curador geral da 30ª Bienal, conforme comunicação enviada ao Memorial pela diretoria da Fundação Bienal, em 14 de fevereiro de 2011. A Fundação Memorial da América Latina faz parte da São Paulo Pólo de Arte Contemporânea, rede de instituições culturais paulistas, articulada pela Bienal, que apóia e interage com a Bienal. O mote da próxima Bienal, em setembro do ano que vem, será “O Retorno das Poéticas” e terá ênfase na arte latino-americana, que alcança grande projeção mundial atualmente.
A mensagem dirigida ao presidente do Memorial, Fernando Leça, antecipa que o novo curador assume em março e começa a trabalhar imediatamente (a próxima Bienal será no segundo semestre de 2012), o que lhe dá mais tempo para fazer uma pesquisa profunda no cenário artístico atual. Naturalmente, a primeira providência será montar a equipe curadorial. Perez-Oramas também será o responsável, em 2013, pelas mostras itinerantes da 30ª Bienal e, caso seja mantido o convênio atual entre a Fundação Bienal e o Ministério das Relações Exteriores, pela participação brasileira na Bienal de Veneza.
Um dos postos mais cobiçado do mundo das artes, o processo de escolha do novo curador teve início em outubro de 2010, quando a nova diretoria começou a avaliar o percurso curatorial de cerca de 20 candidatos com potencial para o cargo. Conforme informa o e-mail da diretoria da Fundação Bienal, “a partir dos cenários traçados, levando em conta as qualificações dos candidatos e os desafios que o momento impõe à Bienal por ocasião de sua 30ª edição, sobressaíram três nomes que receberam o convite para a apresentação de um pré-projeto. Detalhadamente analisadas as propostas, a de Luis Pérez-Oramas foi eleita como a mais adequada”.
Nascido em Caracas em 1960, Perez-Oramas reside em Nova York, onde é o curador de arte latino-americana no MoMA – Museu de Arte Moderna de Nova York (para atuar como curador da 30ª Bienal de São Paulo, ele terá uma licença parcial do MoMA, retomando plenamente suas atividades após a Bienal). Além de curador, Perez-Oramas é escritor, poeta e historiador, com PhD em História da Arte pela École des Hautes Études em Sciences Sociales, de Paris. Perez-Oramas tem forte envolvimento com a arte brasileira. Em 2009 e 2010, curou a mostra “O Alfabeto Enfurecido”, reunindo obras de Mira Schendel e Leon Ferrari, no MoMA, no Museu Reina Sofia e na Fundação Iberê Camargo.
Perez-Oramas é um latino-americano com excelente trânsito nos circuitos de arte no Brasil, na América Latina (da qual o Brasil faz parte, claro) e na plataforma global. Como curador convidado, participou da equipe da 23ª Bienal de São Paulo, em 1998. No MoMA, assinou a curadoria das seguintes exposições: Latin American and Caribbean Art: Selections from the Collection of The Museum of Modern Art, em 2008; New Peerspectives in Latin American Art, em 2007; e, Transforming Chronologies: An Atlas of Drawings, em 2006.
Por tudo isso, a Fundação Memorial da América Latina concorda com a Bienal que a escolha de Perez-Oramas como curador geral da 30ª Bienal, “oferecerá contribuições extremamente positivas ao posicionamento da Fundação Bienal nessas três esferas com que a instituição interage: Brasil, América Latina e Mundo”. Assinam o documento dirigido ao Memorial a nova diretoria da Bienal: Heitor Martins (presidente), Eduardo Vassimon, Jorge Fergie, Justo Werlang, Luis Terepins, Miguel Chaia e Salo Kibrit.