O grupo Mira Ira e Lô Borges & Banda dividem o mesmo palco no dia 25 de abril, sexta-feira, ás 21h, no Auditório do Memorial da América Latina. A parceria faz parte da série Conexão Latina, que já reuniu diversos artistas da música latino-americana e brasileira. Os dois grupos se conectam nos sucessos “Nuvem Cigana” (Lô Borges e Ronaldo Bastos) e “Paisagem da Janela” (Fernando Brant e Lô Borges), quando dividem o palco. A idéia do projeto Conexão Latina é promover um diálogo musical entre as várias linhas de desenvolvimento da música latino-americana e a brasileira
Mário Lúcio, Luiz Carlos Barbosa (o Lula) e Miriam Mirah formam um trio de destaque. Eles se reúnem para um trabalho onde toda a sonoridade e a originalidade mostrada com a canção “Mira Ira”, nos anos 80, continua atuante e em pleno vigor. As melodias na voz de Lula, a latinidade no canto de Miriam Miráh e o sax e os elaborados arranjos de Mário Luz transmitem a riqueza desses três talentos, o que resulta em música brasileira de ótima qualidade.
Pode-se dizer que Miriam Mirah é uma das pioneiras em São Paulo dos ritmos latino-americanos. Em 1972, no auge da MPB de protesto, ela funda o Tarancón, que se tornou um dos grandes intérpretes de músicas que bebiam na fonte do folclore latino-americano, como as composições de Violeta Parra.
Em 1985, Barbosa participava ativamente do mundo da MPB, ambiente de grandes nomes como Chico, Milton, Tom; Miriam participava do mundo latino, terra de Mercedes Sosa, Vitor Jará, Violeta Parra; Mário Lúcio estava inserido no mundo instrumental e do funk, raiz de Placa Luminosa. Logo que se aproximou de Miriam, compôs uma canção, junto com Vanderlei de Castro, que brincava com a sonoridade de seu nome, Miriam, “Mira, Ira”.
Em 1985, incentivado por um amigo, Lula escreveu a música no Festival dos Festivais, da TV Globo. Com a melodia classificada, surgiu a idéia de procurar o Placa Luminosa. O resultado foi um show, lotado, no Ibirapuera, com a apresentação de Lula, Miram, Tarancón e Placa Luminosa, sob a regência de Mário Lúcio. A música não ganhou em primeiro lugar, mas é marcante até hoje para quem acompanhou a apresentação e o trabalho desses artistas. O disco do Festival vendeu mais de 500 mil cópias.
Com quinhentas músicas escritas e mais de cem gravadas, o paulista Lula cita a importância dos festivais para a divulgação da música brasileira e a inspiração de suas composições: “Acredito que foram os festivais da TV Excelsior, Record, Globo: eu era pequeno, mas assisti pela TV, ainda em branco e preto, o Gil, o Chico Buarque, o Caetano, o Vandré. Foi uma fase da música muito forte e influenciou toda uma geração.”
Lô Borges nasceu em 10 de janeiro de 1952. Cantor e compositor brasileiro foi um dos fundadores do Clube da Esquina, onde estreou com 19 anos. Em 1973, gravou seu primeiro álbum individual, “Lô Borges”, com canções suas e em parceria com Ronaldo Bastos e Márcio Borges. O terceiro LP, “Via Láctea”, de 1979, é considerado o mais importante de sua carreira. No ano de 1980, juntou-se aos irmãos e alguns amigos para lançar “Os Borges”.
Em plena atividade, lançou em 2001 a coletânea “Feira Moderna”, e gravou outros discos, como “Meu Filme”, de 1996. No ano de 2003, saiu álbum “Um Dia e Meio”, com composições inéditas.
O artista tem músicas suas gravadas por diversos cantores e vem interpretar para o público do Memorial seus grandes sucessos, como “Paisagem da Janela” e “Girassol da Cor de seu Cabelo”.
O Clube da Esquina foi um grupo de artistas mineiros que marcou presença na música popular nas décadas de 1970 e 1980. Revelou grandes intérpretes da música nacional, como Milton Nascimento, Beto Guedes, Toninho Horta e Flávio Venturini. Nos últimos 50 anos, o Clube da Esquina foi um dos principais movimentos a fecundar a rica Música Popular Brasileira.
Serviço:
Conexão Latina: Mira Ira e Lô Borges
25 de abril, sexta-feira, 21h
Memorial da América Latina/ Auditório Simón Bolívar
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda
Ingressos: R$ 10,00.
Bilheteria: dia 24, das 14h às 19h, e dia 25 a partir das 14h.