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A Rede Ibero-americana de Ensino Fundamental foi lançada na manhã de quarta-feira, 5 de dezembro, no Auditório Simón Bolívar, em evento que contou com a presença da primeira-dama do Estado, Mônica Serra, natural do Chile, autoridades da área educacional, cônsules, educadores, professores e estudantes. A iniciativa do Memorial, Grulac (Grupo de Cônsules da América Latina e do Caribe), Instituto Cervantes, Universia e Santander, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, visa apoiar as 26 escolas públicas – e mais 8 batizadas hoje, em decretos assinados pelo governador Serra – que levam o nome de países ou personalidades latino-americanas e do Caribe.
“Esta é uma forma de colaborar para diminuir as tensões e os problemas entre nossas fronteiras e de aproximar, mediante o ensino e o intercâmbio cultural, as crianças que no futuro serão responsáveis pela integração de nossos países”, discursou Salvador Ariola, cônsul do México e presidente do Grulac. Mentor, entusiasta e articulador do movimento, Ariola anunciou os projetos para 2008 da Rede: aulas especiais de História e Geografia de cada país da região, encontros de dança e música folclórica, comemoração dos Dias Nacionais e do Dia da Integração, o Prêmio Monteiro Lobato de Literatura Infantil e o Torneio Esportivo Cidade de São Paulo, com o apoio da empresa ESPN.
No ano que vem inicia-se a comemoração de 200 anos dos movimentos de libertação da América Latina, que culminaram com a proclamação de independência das antigas colônias de Portugal e Espanha, em diferentes datas. O arranjo geopolítico permanece até hoje.
FernandoLeça, presidente do Memorial (á direita na foto), destacou a efetiva ação integradora atual dos cônsules da América Latina e do Caribe acreditados em São Paulo. “Quero agradecer como cidação o espírito de congraçamento e solidariedade manifestado pelos senhores”, disse olhando para a primeira fileira do Auditório Simón Bolívar, na qual se encontravam sentados os seguintes cônsules-gerais: Maurício Acero (Colômbia), Maria Estela de la Guardia (Panamá), George Samuel Antoine (Haiti), Jorge Duran (Venezuela), Brígida Scaffo (Uruguai), Luiz Carlos Szymonowicz (Suriname), Héctor Pérez (República Dominicana), Jaime Stiglich (Peru), Hernando Melgarejo (Paraguai), Jaime Valdivia Almaça (Bolívia), Cecília Gallardo (Chile), Carlos Trejo Sosa (Cuba) e Beatriz Cury (Equador).
Maria Helena Guimarães de Castro, Secretária de Educação do Estado de São Paulo, presente no evento, também elogiou a iniciativa do Grulac e do Memorial e afirmou que apoiará os projetos para o ano que vem da Rede Ibero-americana de Ensino Fundamental . Uma das funções da Rede é ajudar as escolas “apadrinhadas” a se prepararem para o ensino do idioma espanhol, que passa a ser obrigatório em 2010. A cada consulado cabe apoiar “suas escolas” facilitando o ensino do idioma. Nesta cerimônia de lançamento da Rede, foram doados às escolas 290 computadores pelo Banco Santander. Os professores serão capacitados a usa-los pelo Portal Universia. A idéia é fazer os alunos dessas escolas paulistas começarem a se comunicar em espanhol com alunos de escolas do país correspondente por “chat”, que em espanhol se diz “chateo” (se pronuncia chatêo).
A escola Republica Dominicana foi mais longe: instituiu como prêmio ao seu melhor aluno uma viagem, com o professor, para conhecer o país. É uma forma original de apoiar escolas públicas do estado de São Paulo e sensibilizar as crianças para a integração efetiva. Salvador Ariola apresentou a Rede ao uruguaio Enrique Iglesias, presidente da Cumbre Ibero-americana. Ele manifestou a intenção de propor a todos os países ibero-americanos que façam o mesmo. De tal forma, que a futura Escola República do Brasil, no Panamá, por exemplo, interagisse com a Escola República do Panamá, já existente, em São Paulo.
Além dos diretores de todas as escolas da Rede, autoridades educacionais e do corpo consular, compareceram mais de 500 estudantes, representando a maioria das escolas. As escolas República do México, Gabriela Mistral e Joaquín Suarez fizeram pequenas apresentações musicais em espanhol e português, declamaram poemas de Neruda e dançaram. Muito aplaudidos, os alunos orientados pela professora Darlene Max – cuja singela coreografia misturando passos do rap e da capoeira tocou a todos – teve como acompanhamento apenas o som e o ritmo produzidos pelo próprio corpo.
Escolas que a partir de hoje recebem nomes latino-americanos e caribenhos:
EE República de Honduras, antiga EE União de Vila Nova I
EE República do Haiti, antiga EE Vila Silvia I
EE República da Guatemala, antiga EE Conjunto Habitacional Itajuibe I
EE República do Suriname, antiga EE Jardim Iná II
EE Belise, antiga EE Palanque
EE República da Nicarágua, antiga EE FAzenda da Juta II
EE Jose de San Martín, antiga EE União de Vila Nova IIEE Joaquín Suarez, antiga EE Fazenda da Juta IV
Demais escolas estaduais com nomes de países ou personalidades latino-americanas:
EE Buenos Aires
EE Domingos Faustino Sarmiento
EE Gabriela Mistral
EE Jorge Luis Borges
EE Jose Artigas General
EE Dom Miguel de Cervantes Y Saavedra
EE República da Argentina
EE República da Bolívia
EE República do Chile
EE República da Colômbia
EE República da Costa Rica
EE República de Cuba
EE República Dominicana
EE República de El Salvador
EE República do Equador
EE República do México
EE República do Panamá
EE República do Paraguai
EE República do Peru
EE República do Uruguai
EE República da Venezuela
EE República da Venezuela II
EE Presidente Salvador Allende Gossens
EE Simón Bolívar
Fotos: Fábio Pagan (Comunicação Social)
Primeira página: alunos da Escola República do Uruguai seguram as bandeiras de São Paulo, do Uruguai e do Brasil.
Alunos da Escola Estadual Juaquín Suarez cantam em espanhol uma canção de “Navidad” (Natal).
A primeira-dama Mônica Serra cumprimenta Fernando Leça, presidente do Memorial.
A Secretária da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, discursa.
Fernando Leça recebe doação de livros sobre Simón Bolívar do cônsul da Venezuela, Jorge Durán.
Salvador Ariola (de gravata azul clara), cônsul-geral do México, Leça e Adolfo Melfi, diretor do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina, deste Memorial.
Detalhe da coreografia dos alunos da Escola Estadual Gabriela Mistral
Alunos cantam canção de Natal.