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Pela primeira vez desde que foi criado, em 2006, o ProAC chega ao teto máximo de R$ 118 milhões, valor correspondente ao percentual de 0,2% do volume de ICMS arrecadado pelo governo paulista e revertido em incentivo de projetos culturais no estado de SP. O decreto autorizando incremento de R$ 18 milhões para o programa foi assinado nesta sexta-feira, 26, pelo governador Geraldo Alckmin, em solenidade que levou ao Palácio dos Bandeirantes representantes de todos os segmentos da cadeia cultural de São Paulo.
O secretário da Cultura, Marcelo Araújo, fez um discurso otimista diante das novas perspectivas que se abrem a partir do decreto suplementar assinado pelo governador. “A liberação de mais verba para o ProAC/ICMS vai estimular a efervescência cultural e permitirá a concretização de centenas de projetos no Estado de São Paulo, gerando oportunidade para que a população tenha acesso a toda essa produção”.
(Leia a íntegra do discurso do Secretário da Cultura, Marcelo Araújo)
Em breve saudação à classe artística, Alckmin descreveu a linha do tempo do ProAC, que “começou com R% 20 milhões em 2006, foi aumentando gradativamente…e só neste ano recebeu 1,8 mil projetos”. Destes, foram aprovados 1.361 até a primeira quinzena de outubro. Em relação a 2011, quando foram liberados R$ 93 milhões, o aumento foi significativo: 27%. “Ganham os autores culturais, ganham as empresas, que podem associar seu nome a projetos de grande importância e ganha a sociedade, que tem muito mais atividades culturais”, arrematou Alckmin.
O que é – O ProAC – Programa de Ação Cultural – foi criado pela Lei 12.268, de 2º/02/2006 na gestão do então secretário de Cultura, o cineasta João Batista de Andrade, atual presidente da Fundação Memorial da América Latina. Tem como objetivos: apoiar e patrocinar a renovação, o intercâmbio, a divulgação e a produção artística e cultural no Estado; preservar e difundir o patrimônio cultural material e imaterial do Estado; apoiar pesquisas e projetos de formação cultural, bem como a diversidade cultural; apoiar e patrocinar a preservação e a expansão dos espaços de circulação da produção cultural.
O programa funciona por meio de incentivos fiscais e estimula o envolvimento do setor privado no apoio à produção cultural. As empresas interessadas em patrocinar os projetos aprovados no ProAC recebem autorização do Estado para deixar de pagar em ICMS o mesmo valor destinado ao patrocínio. Diferente de outros programas de incentivo baseados em renúncia fiscal, o ProAC ICMS não exige contrapartida dos patrocinadores. “É uma renúncia fiscal feita para apoiar os projetos da cultura. Cada real de ICMS que a empresa tem que pagar ela pode investir no projeto”, explicou o secretário da fazenda, Andrea Calabi.
Desde que foi criado, em 2006, o programa distribuiu mais de R$ 430 milhões em incentivos para projetos culturais paulistas. Entre estes, filmes como Xingu (Cao Hamburguer, 2012) e, atualmente, a exposição da artista plástica Adriana Varejão, em cartaz no MAM (Ibirapuera) e a 36ª Mostra Internacional de Cinema. “O investimento do governo do Estado na cultura é fundamental. O ProAC é muito importante, não só em relação a valores, mas em relação aos projetos que ele apoia”, salientou o ator Odilon Wagner, que interpreta o mordomo Thompson na novela Salve Jorge. (DP)