Proporcionar o resgate da cidadania. Foi este o objetivo primeiro do posto de regularização de documentos montado no Memorial da América Latina, para atender à comunidade boliviana que reside na cidade de São Paulo. O “Poupatempo” boliviano, como foi apelidado, ocupou um espaço de 200m² da fundação durante os meses de junho, julho e agosto, e garantiu a emissão rápida de documentos como: cédula de identidade, atestado de antecedentes criminais e certidões de nascimento e casamento, para todos aqueles que se encontravam em situação irregular no país.
Nos 71 dias de atividades, passaram pelo espaço aproximadamente 40 mil pessoas. Foram emitidos 5.600 carteiras de identidade, 7.800 registros de nascimento e matrimônio, 3.500 certidões de antecedentes criminais e mais de 1.300 crianças brasileiras, filhas de bolivianos, tiveram acesso à dupla cidadania.
A iniciativa é do Consulado Geral da Bolívia, que em conjunto com o Ministério de Relações Exteriores do Brasil e da Bolívia, disponibilizou 16 funcionários para o atendimento e serviços (12 vindos da Bolívia especialmente para esta ação e 4 vinculados ao consulado).
O cônsul-geral da Bolívia, Jaime Valdivia, agradeceu ao Memorial pela infra-estrutura oferecida e salientou a importância da ação: “É muito positivo que o governo boliviano garanta que as pessoas possam regularizar seus documentos na Polícia Federal; trata-se de uma ação de cidadania que é eficaz para combater a exploração de trabalhadores bolivianos”.
Valdivia ainda informou estar trabalhando para organizar um posto permanente de regularização desses documentos no próprio consulado. O projeto ainda está em andamento.
Atualmente existem cerca de 250 mil imigrantes bolivianos vivendo em território brasileiro, e a grande maioria, aproximadamente 70%, mora na cidade de São Paulo.
Fotos e texto: Gabriela Mainardi