/governosp
Diferentemente dos brasileiros, para os mexicanos – e outros povos latino-americanos – o Dia de Finados tem conotação festiva e é celebrado como o início de um novo ciclo. Na milenar tradição mexicana, herança dos povos pré-hispanicos, o Dia dos Mortos coincide com a época de colheita e fartura.
É dia de muita festa, com música, comida, bebida e lembranças pessoais dos falecidos, que ficam expostos no Altar dos Mortos. Nele estão representados os quatro elementos da Natureza: a água (para o morto limpar os pés quando sair do reino das trevas), o fogo (da vela que iluminará seu caminho até o reino dos vivos), a terra (representada pelos frutos) e o ar, simbolizado por papeis de seda picados.
No Memorial da América Latina, desde sua criação, em 1989, o Pavilhão da Criatividade celebra a data homenageando no Altar dos Mortos uma celebridade das artes e cultura do México. No ano passado foi a pintora Frida Khalo. Neste, o escolhido é o escritor e diplomata Carlos Fuentes, que morreu aos 83 anos em maio passado. O Altar dos Mortos do Memorial fica em exposição até 2013.
As comemorações se espalham em todas as representações diplomáticas do México no Brasil. No Consulado-Geral de São Paulo, o presidente do Memorial da América Latina, João Batista de Andrade (na foto, com o Cônsul-Geral do México, José Gerardo Traslosheros Hernandez), participou da cerimônia de inauguração do Altar dos Mortos, que faz homenagem à cantora Chavela Vargas. Nascida na Costa Rica em 1919 como Izabel Vargas Lizano, ela ganhou notoriedade e respeito como legítima representante da tradicional música mexicana. Morreu aos 93 anos em agosto deste ano. (DP)
Fotos: Luiz Tristão