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A relação cultural entre Brasil e África, com ênfase na produção de Histórias em Quadrinhos, foi o tema do 31º Troféu Ângelo Agostini, no dia 31 de janeiro, no Memorial da América Latina. A festa, realizada pelo terceiro ano consecutivo na Biblioteca Latino-Americana Victor Civita, premiou os melhores quadrinistas e cartunistas de 2014. Uma exposição com trabalhos de desenhistas brasileiros e africanos fica em cartaz até o ultimo dia de fevereiro, com entrada gratuita.
“Esperamos que essa parceria continue por muitos anos”, disse o presidente do Memorial, João Batista de Andrade, que elogiou o alto padrão de qualidade da programação deste ano, como sempre organizada pela AQC – Associação dos Quadrinistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo. Um dos destaques do evento foi o congolês Jérémie Nsing, convidado de honra, que participou do debate mediado por Bira Dantas sobre as diferenças do mercado de quadrinhos entre Brasil e África. Na mesa também o jornalista Marcelo D’salete, autor da HQ “Cumbe” – que trata da escravidão no nordeste brasileiro e o premiado Gabriel Bá, com trabalhos expostos na África.
Segundo o cartunista congolês, os seus quadrinhos apresentam “uma África que não se vê na TV ou em outras mídias sociais. Eles mostram o cotidiano de pessoas na África, que se assemelha muito com a vida dos brasileiros ou de pessoas de qualquer outra região do mundo”.
O jornalista Marcelo D’salete falou sobre a importância de estreitar a relação cultural e social entre Brasil e África, a exemplo das produções feitas por Jérémie Nsing. Ele defende que “é preciso mostrar algo além do que é pautado na mídia, geralmente acontecimentos ligados à violência, doença e fome, pois a África faz parte da história brasileira”.
Jérémie Nsing, que participa desde 2008 do FIBDA (Festival Internacional de Quadrinhos da Argélia), também é curador da exposição de quadrinhos “Brasil – África” que teve sua abertura durante o Troféu e ficará durante todo o mês de fevereiro na Biblioteca Latino-Americana Victor Civita. Os quadrinhos escolhidos pelo curador evocam a diversidade da cultura da África tão presente na brasileira.
No fim do encontro, os quadrinistas foram premiados no 31º Troféu Ângelo Agostini. Todos enalteceram principalmente a importância que as Histórias em Quadrinhos tem na cultura brasileira como forma de criação do hábito de leitura e críticas sociais. A votação terminou no último dia 15 de janeiro e a comissão apuradora do prêmio contabilizou 7.302 votos. A comissão é formada por Alexandre Silva, Marcos Venceslau e Bira Dantas, membros da AQC – Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo.
Os vencedores foram:
Melhor Desenhista: Mario Cau (Morphine);
Melhor Roteirista: Felipe Cagno (321 – Fast Comics);
Melhor Cartunista: DaCosta;
Melhor Lançamento: Yeshuah – Onde tudo está, por Laudo Ferreira Jr e Omar Viñole;
Melhor Lançamento Independente: Nenhum dia sem um traço, de Ernani Counsandier;
Melhor Fanzine: 3ADFZPA – Terceiro anuário de Fanzines, Zines e Publicações alternativas;
Melhor Web Quadrinho: Blue e os gatos, de Paulo Kielwagen;
Prêmio Jayme Cortez: Confraria do Gibi;
Mestres do Quadrinho Nacional: Gustavo Machado, Carlos Edgard Herrero e Murilo Marques Moutinho.
Serviço:
Exposição de Quadrinhos Brasil-África
Local: Bblitoeca Latino-Americana Victor Civita
Período: 31 de janeiro a 28 de fevereiro de 2015
Horário: Seg. a sex, 9h às 18h, sábados, 9h às 15h
ENTRADA FRANCA