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A exposição “A dor da Colômbia, por Botero” foi prorrogada até 1° de maio. Originalmente iria ser encerrada em 26 de abril. Desde a inauguração, em 22 de março, mais de 24 mil pessoas visitaram (até 19 de abril) a mostra. Ela não poderá ficar mais em São Paulo porque já tem data marcada na Espanha. A mesma exposição teve média de público de 20 mil pessoas nas cidades colombianas por onde passou. O horário também será estendido. De 19 de abril a 1° de maio a Galeria Marta Traba, onde está a exposição, abre às 9 da manhã e fecha às 21horas, inclusive nos finais-de-semana.
Neste 19 de abril, aniversário de 75 anos de Fernando Botero, o corpo consular latino-americano acreditado em São Paulo terá uma visita guiada por Leonor Amarante, às 17h. Cerca de 20 cônsules de países como Argentina, México, Venezuela e, claro, Colômbia já confirmaram presença.
A DOR DA COLÔMBIA POR BOTERO
Exposição do mais importante pintor latino-americano da atualidade faz parte dos festejos de 18 anos do Memorial
Pinturas de alto impacto dramático do artista plástico colombiano Fernando Botero – que testemunham a violência sem fim em seu país – compõem a primeira grande exposição internacional do Memorial da América em 2007, com patrocínio da NOSSA CAIXA. “A Dor dos Colombianos, por Botero” será aberta ao público na Galeria Marta Traba, dia 23 de março e vai até 29 de abril. Ela faz parte da programação de aniversário de 18 anos do Memorial, comemorados em 18 de março.
São 67 trabalhos – pinturas a óleo e desenhos – realizados entre 1999 e 2004 – selecionados e doados pelo próprio artista ao Museu Nacional da Colômbia, em Bogotá. O artista, que em geral se manifesta contrário ao uso da arte como “arma de combate”, declarou, por ocasião da doação das obras, sentir-se na obrigação moral de deixar um registro sobre o momento vivido pelo país.
Sem abandonar seu estilo mundialmente famoso, Botero retrata os episódios de atentados a bomba e a comoção social que tomou conta do país nos anos 80 e 90. O artista é conhecido pelas formas redondas com que retrata suas figuras. De natureza humorística à primeira vista, as pinturas de Botero são geralmente um comentário social com toques políticos.
Fernando Botero é o artista latino-americano de maior reconhecimento internacional da atualidade. Por isso, com o apoio do governo colombiano, essa mostra já percorreu cidades colombianas e também capitais sul americanas como Quito e Buenos Aires, além de cidades européias.
Essa não será a primeira vez que as obras de Botero vêm ao Brasil. Em 1998, quando expôs no Masp 82 obras produzidas entre 1947 e 1997, a mostra foi vista por 121.611 pessoas. Foi a segunda maior bilheteria do museu paulista, ficando atrás apenas da exposição de Salvador Dali.
Radicado na Itália, Fernando Botero nasceu em Medellín, em 1932. Nos anos 50 estudou em Madri, onde acrescentou os mestres espanhóis a seu interesse por arte pré-colombiana, colonial espanhola e pelos temas políticos do muralista mexicano Diego Rivera. Sua primeira mostra foi em 1951, em Bogotá, mas sua formação para valer teve início em 1953, quando ingressou na Academia de San Marco (Florença), para estudar técnicas de afresco e assimilou algo da arte renascentista.
Uma vida dedicada às artes em três continentes
Fernando Botero nasceu em 1932 em Medellín, cidade montanhosa mais rica da Colômbia, filho de um representante comercial. Crescido em um ambiente conservador, logo manifestou sua rebeldia latente: foi expulso do liceu de artes da cidade por publicar desenhos de nus (considerados obscenos) e o artigo “Picasso e o inconformismo na arte” no jornal El Colombiano.
Sua carreira começa com ilustrações para periódicos e cenários para teatro. Aos 19 anos realiza sua primeira exposição indivisual, em Bogotá. Suas primeiras obras revelam influência de Gauguin e do jovem Picasso. No ano seguinte, expõe novamente com grande sucesso de vendas. Com o dinheiro, parte para a Europa a fim de estudar pintura. Em Madri, se matricula na Academia de Bellas Artes de San Fernando e torna-se habituê do Museu do Prado, atraído pelas obras de Velázquez e Goya.
Muda-se para Paris e não sai do Louvre. Aprofunda-se nele a atração pela arte antiga e a distância das vanguardas. No final do verão de 1953 se instala em Florença, Itália e vai aprender a técnica de pintura do afresco na Academia de San Marco. Os 2 anos que passa lá – e o contato direto com as obras dos mestres do renascimento – são considerados pelo autor os mais importantes da sua formação artística.
Em 1956 Botero muda-se para a cidade do México, onde deixa-se influenciar pelas obras dos muralistas Orozco, Riveira e Siqueiros. É em sua estadia mexicana que começa a definir seu estilo de figuras humanas reconchudas. Expõe nos EUA com sucesso e decide mudar novamente: Nova YorK.
O período americano é, para sua surpresa, hostilizado pela crítica, constituída em sua maioria de expressionistas abstratos. Amargava seu baixo astral novaiorquino quando, em 1961, Dorothy Miller, conselheira do Museu de Arte Contemporâneo de Nova York compra sua obra “Mona Lisa aos 12 anos”.
A repercussão desta compra pela instituição – a única no ano de uma obra figurativa – muda a trajetória de sua carreira.
Botero então aperfeiçoa seu estilo. Os tons ocres e as pinceladas abundantes são substituídos pelas superfícies polidas e as cores vivas que caracterizam sua obra madura. A partir de 1965 Botero alternará estadias na Colômbia, Europa e Nova York, cidade onde nasce seu filho Pedro em 1970, fruto de seu casamento com Cecilia Zambrano. Em 1974, em um acidente de automóvel do qual ele sai ferido, Botero perde tragicamente seu filho.
Em 1979 o Hirshorn Museum de Washington faz a primeira grande retrospectiva de sua obra.
Nos anos seguintes, a escultura ocupa lugar cada vez maior em sua obra. Por isso, desde 1983, passa alguns meses do ano na localidade toscana de Pietrasanta, célebre por suas fundições.
Consagrado, outras grande retrospectivas se sucedem desde então, como no ano de 1993 nas cidades de Chicago, Nova York e Madri.
Botero permanece mantendo um estilo de vida viajante, dividindo seu tempo entre Colômbia, Nova York, Paris e Pietrasanta.
Desde os anos 50, Botero, de tempos em tempos, pinta quadros baseados em episódios reais da vida da Colômbia, muito deles violentos. Mas especialmene na década de 90 produziu toda uma série “inspirada” em episódios violentos que estão vivos no imaginário coletivo da Colômbia. São esses quadros que encontram-se no Memorial.
(Baseado em texto de Paola L. Fraticola)
A DOR DA COLÔMBIA, POR FERNANDO BOTERO
Exposição de 67 quadros
Patrocínio: NOSSA CAIXA
Galeria Marta Traba/ Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 portão 6
Telefone de informações: 3823.4600
23 de março a 1° de maio
Horário: 9 às 21 horas – de segunda-feira a domingo