Bate-papo foi mediado pela youtuber Fernanda Foquinha
Durante a manhã de quinta-feira (21), o espaço de encontros PETROBRÁS, instalado na Galeria Marta Traba do Memorial da América Latina, recebeu o “Encontro Homenagem a Anna Muylaert”, cineasta paulistana homenageada do 11º Festival de Cinema Latino-americano de SP.
Com mediação da youtuber Fernanda Foquinha, o evento estabeleceu um bate-papo da diretora com a cartunista Laerte Coutinho, além de responder perguntas do público composto por estudantes de cinema, Rádio & TV e admiradores do trabalho das artistas.
A conversa foi essencialmente acerca de seu novo filme, “Mãe Só Há Uma”, que teve sua estreia nacional na abertura do festival na quarta-feira (20), no Memorial. O filme, que usa o “Caso Pedrinho” como inspiração, apresenta a trajetória de Pierre (Naomi Nero), que aos 17 anos descobre que foi roubado na maternidade e precisa aprender a conviver com sua família biológica enquanto descobre sua sexualidade e identidade de gênero.
Laerte comentou seu contentamento ao ver a representatividade de uma personagem em processo de transgeneridade “de forma natural, firme e feliz”. A chargista também elogiou o trabalho da cineasta ao contar uma história plural, com elementos tão transbordantes do panorama atual.
Desde o lançamento mundial do longa “Que Horas Ela Volta?”, sua vida passou por um turbilhão, com premiações nacionais e internacionais, por retratar um dos grandes traços do Brasil contemporâneo. A visibilidade lhe concedeu a oportunidade de se tornar uma das poucas brasileiras votantes na Academia do Oscar. Ela afirma que a produção de seus filmes “sempre gira em torno de assuntos atuais que possam discutir a representatividade, identificação social e questões que dialoguem principalmente com o público jovem”.
A cineasta também comentou que no longa priorizou a realidade, dando autonomia para que atores enriquecessem as personagens com suas particularidades. Além da escolha das locações, que não foram retocadas para as filmagens, e o recurso de câmera livre. Essa foi sua primeira experiência com a “câmera na mão”, no qual afirma poder arriscar uma nova linguagem, que deixa o público mais próximo da história, assim como dá o tom necessário para o filme.
Por fim, a diretora contou que já começou os primeiros esboços do seu próximo filme, que vai falar sobre o machismo e a desnaturalização das pequenas agressões que as mulheres passam no dia a dia.
Como homenageada, 23 trabalhos que foram dirigidos e/ou roteirizados por Anna serão exibidos nos sete dias do 11º Festival Latino-americano de Cinema de SP. A programação das exibições que acontecem no Memorial pode ser consultada no site: http://goo.gl/ArdjzI. Todas têm entrada gratuita e a retirada de ingressos deve ser feita 1h antes da sessão iniciar. A programação vai até quarta-feira, 27 de julho.