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São Paulo, 11 de junho de 2009.
De todos os povos latino-americanos, os bolivianos são os que encontramos mais próximos, em nosso próprio dia-a-dia, já que a cidade de São Paulo abriga milhares deles, muitos trabalhadores clandestinos, não raro em situação de exploração. Essa é a narração que conhecemos quando o assunto é imigrantes bolivianos, certo?
Mas esta não é a história completa. Há um outro lado, tradicional e positivo tanto para os que ficam como para os que partem. Esse é o tema do filme “Un dia más”, que será exibido no Memorial da América Latina, no dia 18 de Junho às 19h no Pavilhão da Criatividade – Espaço Vídeo, com entrada franca. Os realizadores são Leonardo de La Torre Ávila e Sergio Estrada Lopez. Ávila realizará uma palestra sobre o assunto neste dia.
Quando pensamos na história de alguns povos imigrantes – em particular, os bolivianos – só conseguimos associar este fato a uma dura realidade: trabalho em regime escravo, perseguição, frustração, falta de expectativas e desilusões. Nunca imaginamos histórias diferentes com finais felizes, ou ao menos, mesmo que o final não seja tão feliz assim, uma vida estável que possa ser comparada a de um cidadão nativo.
O documentário “Un día más” revela uma face da realidade que não conhecemos: pessoas que venceram os obstáculos e superaram as dificuldades fora de casa. Este projeto é fruto de um trabalho investigativo chamado “La cheqanchada: caminhos y sendas de desarrollo em los municípios migrantes de Arbieto y Toco” produzido por Ávila e Yolanda Alfaro e que aborda especialmente a imigração boliviana para os Estados Unidos.
Segundo Ávila, o fenômeno migratório é uma tradição deixada pelos povos andinos. Ela é muito viva e presente na memória coletiva das pessoas, e, serve de estímulo para que o fluxo se consolide de maneira natural e dinâmica. Os cidadãos que deixam seu povoado e vão para outros países, mais tarde, voltam ao local de origem para desenvolver e promover a cultura local e ajudar seus familiares. Este fato alimenta este ciclo e o consolida como prática comum e necessária.
O importante não foi desenvolver um projeto para que ele fique registrado em um livro, pois para Ávila este veículo não alcança a todos de forma democrática. A imagem e a fotografia são mais persuasivas, e, por isso, elas são eficazes e possuem uma linguagem mais abrangente. O essencial deste trabalho é fazer com que a informação alcance um número maior de pessoas, e, que assim, elas possam conhecer as causas reais deste fenômeno.
Para poder expressar esta idéia de maneira mais natural, o filme conta a história de um imigrante, natural da cidade de Arbieto, vale alto de Cochabamba, que reside nos Estados Unidos. Como dramatizar sem fugir do foco e ser fiel a sua proposta? A conferir “Un día más”.
Serviço:
“Un día más”
O que: Exibição de documentário boliviano
Onde: Sala de Vídeo do Pavilhão da Criatividade, Memorial da América Latina (portão 12)
Quando: Dia 18 de junho, às 19 horas
Quanto: Grátis
Informações: 3823.4600
Por Isabel Câmara