
Entre as muitas conquistas da literatura brasileira contemporânea, a inovação linguística talvez seja aquela que mais adeptos obteve ao longo das últimas décadas, uma inovação que se traduz tanto em defesa da expressão coloquial e no recurso da oralidade quanto no exercício de uma escritura transgressora, particularmente afeita às rupturas estilísticas e estruturais do discurso literário. E uma das gêneses desse processo estético encontra-se na relação próxima que a produção literária contemporânea estabeleceu com a cultura popular, entendida ora como manifestações de extração folclórica, ora como expressão da cultura de massas. Intervir teórica e pragmaticamente nesse percurso foi, de modo deliberado, a opção de autores como Marcelino Freire, cuja obra exprime não apenas a diversidade do mundo contemporâneo, mas principalmente suas contradições, num amplo painel in progress das múltiplas vozes narrativas da atual literatura brasileira.
Marcelino Freire
Nascido em Sertânia (PE), em 1967, Marcelino Freire vive desde 1991 em São Paulo. Publicou Angu de Sangue (2005), pela Ateliê Editorial e ganhou o Prêmio Jabuti com Contos Negreiros (2006), pela Record. Em 2008, lançou Rasif – mar que arrebenta (Record) e em 2011, pela Editora EDITH, seu mais recente livro: Amar é Crime. Também organizou a antologia Os cem menores contos do século, pela Ateliê Editorial, além de criar e coordenar, desde 2006, a Balada Literária, em São Paulo.
Mediador: Manuel da Costa Pinto
Jornalista e crítico literário, Manuel da Costa Pinto foi editor da revista Cult e curador da Flip-2011. Atualmente, é editor-chefe do programa Entrelinhas, da TV Cultura. Publicou, em 1998, pela Ateliê Editorial, Albert Camus – um elogio do ensaio. É ainda autor, pela Publifolha, das obras Literatura Brasileira Hoje (2004) e Antologia Comentada da Poesia Brasileira do Século XXI (2008). Em 2012, lançou seu mais recente trabalho: Paisagens Interiores e Outros Ensaios (B4 Editora).
Serviço
30 de outubro de 2012, terça-feira, 19h30
Biblioteca Latino-Americana
Entrada franca