A Fundação Memorial da América Latina convida a todos a participarem da mesa redonda “Deslocamentos e Mobilizações Sociais”, nesta quarta-feira, 11 de novembro, às 8h30, na Biblioteca Latino-Americana. A atividade encerra o curso de extensão universitária “Desloca (Migra) Mentos / Mentes”, promovido pela Cátedra Unesco Memorial da América Latina. A entrada é franca.
Sob a mediação da professora Bela Feldman-Bianco, participam dessa aula aberta lideranças de movimentos sociais de periferia e representantes de imigrantes, refugiados e indígenas. A mesa redonda será composta pelo professor doutor Guarani-Kaiowá Tonico Benites, pela ativista boliviana Jobana Moya, pelo advogado congolês Luambo Luhata Pitchou e pelo militante paraguaio e bacharel em relações internacionais Porfirio Leonor Ramírez Villar.
O professor Tonico Benites, ou Ava Verá Arandú, é líder e porta-voz da Aty Guasu, a Assembleia
Geral de seu povo, o Guarani-Kaiowá, um dos ramos dos povos de origem tupi-guarani. Antes da chegada dos colonizadores europeus os guaranis ocupavam uma extensa franja litorânea, que ia de São Paulo ao Rio Grande do Sul, e as bacias dos rios Paraná, Uruguai e Paraguai. Seus domínios incluíam terras dos atuais Mato Grosso do Sul, Paraguai, Argentina e Bolívia.
Tonico Benites é professor bilíngue (guarani/português), tradutor, pedagogo, mestre e doutor em antropologia social. Nos anos de 2013 e 2014 lecionou na Faculdade Intercultural Indígena, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD-MS). Atualmente, está envolvido em pesquisas junto ao Museu Nacional/UFRJ. Seu projeto de pós-doutorado estuda os documentos antigos sobre povos indígenas e os objetos da cultura material indígena expostos no Museu Nacional. Neste ano, publicou no Journal de la Sociéte des Americanistes o artigo “Recuperação dos territórios guarani-Kaiowá. Crônica das táticas e estratégias” (v. 100-2, p. 229 – 240).
A boliviana Jobana Moya se define como humanista e ativista da Não Violência Ativa e da Não Discriminação. Desde 2008, desenvolve ações em prol de um coletivo de mulheres imigrantes de diversas nacionalidades, chamado Equipe de Base Warmis-Convergência das Culturas.
Em 2008, Luambo Luhata Pitchou formou-se em Direito da Economia, na Universidade de Kinsagani, em seu país natal, a República Democrática do Congo. Suas atividades em prol dos direitos humanos começaram ainda na África, quando defendia vítimas de violência sexual e denunciava os estupros cometidos por grupos armados no lesta do Congo. Há três anos no Brasil, divide seu tempo entre aulas de francês e a coordenação geral do GRIST – Grupo de Refugiados e Imigrantes Sem-Teto de São Paulo. A entidade de autodefesa organiza, entre outras atividades, palestras e rodas de conversas a fim de sensibilizar sobre os deslocados e conscientizar sobre a África e suas dores.
Porfirio Leonor Ramírez Villar, ou simplesmente Leo Ramirez, é um imigrante paraguaio que chegou
a São Paulo em 2004. Primeiramente, fez o circuito do Bom Retiro de oficinas de costura. Trabalhou em empresas e microempresas informais de brasileiros, coreanos, bolivianos, peruanos, chilenos e paraguaios. Em 2009 se beneficiou da anistia e regularizou sua situação. Pode então fazer a faculdade de relações internacionais e trabalhar registrado.
Leo Ramirez ajudou a fundar a Associação de Integração Paraguai – Brasil “Japayke” (vamos descansar) e o Grupo de Danças Acuarela Paraguaya, que visa promover a integração dos jovens e divulgar a cultura paraguaia na cidade. Em seus trabalhos de pesquisa, escreveu “O processo de integração regional e as externalidades da migração paraguaia na cidade de São Paulo” e “Caacupé: trajetórias de organizações de paraguaios em São Paulo”.
Saiba mais sobre a Cátedra Unesco Memorial da América Latina
Por Eduardo Rascov
Serviço
Mesa redonda Tonico Benites, Jobana Moya, Luambo Luhata e Leo Ramírez.
Deslocamentos e Mobilizações Sociais
Coordenação: profa. Bela Feldman-Bianco
11 de novembro, às 8h30
Auditório da Biblioteca Latino-Americana
GRÁTIS