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São Paulo, 27 de fevereiro de 2009.
Nesta segunda, 2 de março, abre o II Festival Ibero-Americano de Teatro, realizado pela Fundação Memorial da América Latina. Segundo a professora de teatro da USP, Elvira Gentil, “o Festival tem a intenção de divulgar o teatro contemporâneo e o teatro clássico da região e promover um intercâmbio entre os produtores, atores e diretores dos países participantes”. Este ano o Festival tem um peso teórico e intelectual maior, com a participação de professores universitários da USP e da Unesp, além da profª Glória Levy, do Uruguai, que além de comparecer com o espetáculo “Mujeres da Lorca”, é uma das curadoras do Festival, ao lado de Elvira Gentil, Renata Pallottini e Roberto Malta.
Para a professora, atriz e diretora Elvira Gentil não foi dificil indicar algumas das peças, pois se mantém muito bem informada sobre o que está acontecendo no cenário teatral latino-americano. No ano passado, ela viu quase 100 montagens teatrais. “Na maioria, acompanhei meu marido, Afonso Gentil, que é crítico teatral da APCA e do site Aplauso Brasil”, informa Elvira. “São peças muito bem feitas, incluindo o teatro clássico, que a gente chama de “teatrão”, e as linguagens modernas, que estão sendo muito bem aceitas pelo público jovem”.
A dramaturga e professora de teatro da USP Renata Pallottini é uma profunda conhecedora dos autores de teatro brasileiro, especialmente os novos. “Tem surgido gente muito boa, tais como o Newton Moreno e o Bosco Brasil, para citar apenas dois, mas tem vários outros”, conta, “e temos também boas escolas de teatro, como a EAD (Escola de Artes Dramáticas) e a Escola de Teatro da ECA, ambas da USP, e o núcleo da Unicamp, a Escola Célia Helena e várias oficinas“.
Pallottini, autora de várias peças, como “Nos campos de Piratininga” e “O crime da cabra”, encenada em Portugal recentemente, ficou a cargo de montar as mesas de discussão (clique aqui para conferir os debatedores) e a oficina de dramaturgia com Chico de Assis. Com a participação de diretores e produtores ibero-americanos e seus pares brasileiros, os debates foram pensados para aproximar o que se está fazendo nos palcos da região. O papel das escolas de teatros brasileiras e dos hermanos também serão comparadas. O terceiro tema fala por si só – “Conexão Latina : peças em espanhol no Brasil e espetáculos inesquecíveis na América Latina”.
Produtor cultural há mais de 30 anos, Roberto Malta coordena a Rede Cultural do Mercosul e a Rede de Produtores Independentes do Brasil. “Por isso, acompanho os festivais e os grupos. Isso me proporciona uma série de interlocutores na América Latina e na Europa”. Ele não só é um dos curadores do Festival como se revelou um dos seus maiores entusiastas: “Num momento como este, em que a América Latina está se descobrindo, percebendo que tem vida própria e muito valor, um Festival como o do Memorial é uma grande vitrine e uma porta aberta do e para o pensamento contemporâneo”, conclui.
Elvira Gentil: atriz, professora e diretora de teatro e prêmio APCA, participou de montagens operísticas e musicais. Atua, principalmente, na direção teatral e intercâmbio internacionais.
Glória Levy: professora de teatro, ligada aos núcleos de dramaturgia no Uruguai, Argentina e México, é diretora artística e coordenadora do Festival Internacional de Teatro de Montevideo.
Renata Pallottini: poeta e dramaturga, escreveu e produziu trabalhos para o teatro e televisão. Publicou diversos livros e tem intenso trabalho na cena teatral paulista.
Walter Roberto Malta: com formação em arte dramática, o administrador de empresas e produtor cultural atua na área de difusão cultural e artística na América Latina.
Por Eduardo Rascov
Não perca a oficina de dramaturgia com Chico de Assis