O diretor, produtor e roteirista Beto Brant é um daqueles cineastas que valorizam as adaptações literárias. Tem sido assim desde seu primeiro longa-metragem, Os Matadores, filme roteirizado pelo escritor Marçal Aquino que deu a Brant o prêmio de melhor diretor do Festival de Gramado. Mais sete longas, três curtas, documentários e duas estreias pré-mundiais compõem a premiada filmografia de Beto Brant, homenageado deste ano do 12º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.
Brant é cineasta autoral, um daqueles gerados a partir da crise que abalou o setor cinematográfico no início dos anos 1990. Já havia feito três curtas logo depois de terminar a faculdade e para sobreviver passou a trabalhar com publicidade. Até que, em um fim de semana de 1993, fez seu primeiro curta autoral, Jó.
Depois de Os Matadores, em 1997, vieram mais sete longas: Ação Entre Amigos(1998), O Invasor (2002), Crime Delicado (2005), Cão Sem Dono(2007), O Amor segundo B. Schiang (2009), Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lábios Lindos (2011) e Pitanga (2016).
O documentário investiga o percurso estético, político e existencial do ator Antônio Pitanga, que foi destaque em alguns dos momentos de maior inquietação artística do cinema brasileiro, tendo também atuado em novelas como “O Rei do Gado” e “O Clone”. No filme, Brant divide a direção com a atriz Camila Pitanga, filha do protagonista.
Confira entrevista com Brant ao vivo pelo Facebook do Memorial:
A homenagem a Beto Brant também traz dois curtas de pouca circulação: “Manifesto Makumbacyber” (2012), um registro de espetáculo multimídia, concebido pela atriz, cantora e poetisa Elisa Lucinda, e “Kreuko” (2011, codireção de Cisco Vasques), episódio do longa-metragem “Mundo Invisível”, produzido para a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Dois filmes inéditos do realizador terão estreia pré-mundial no festival: “Ilú Obá De Min – Homenagem a Elza Soares, a Pérola Negra”, e “Zócalo” – este, com produção de Brant e direção de Carol Quintanilha, focaliza o espetáculo em oferenda ao Dia dos Mortos, no Zócalo, no centro da Cidade do México. Compõe a programação especial o encontro de Beto Brant com seus velhos parceiros Renato Ciasca e Marçal Aquino.
O 12º Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo acontece de 26 de julho a 2 de agosto, na Praça Cívica do Memorial. A abertura será às 20h30, com entrada gratuita e cine open air de Corpo Elétrico, do diretor e produtor Marcelo Caetano.
