Do Canadá olhando para o Brasil
Animador argentino Zaramella encontra seu público em São Paulo
Confira a programação completa no site do Festival
“Deus é um grande animador. O animador é um pequeno Deus”
frase que encerra o curta “Lõpuõhtu”, do estoniano Hardi Volmer
Depois do 3º Festival de Cinema Latino-Americano que lotou o Auditório Simón Bolívar no começo do mês, agora é a vez da animação entrar em cena. Engana-se quem pensa que somente bichos fofinhos e finais felizes fazem parte do roteiro, Anima Mundi não é coisa só para crianças. Animais falantes, seres fantásticos, rabiscos que ganham vida, personagens que brotam das paredes, não há limites para a animação, a criatividade do artista é quem dá as rédeas.
O Festival mais animado da América Latina começou nesta terça-feira, dia 22, com grande estilo. A festa de abertura contou com a exibição de curtas especialmente selecionados para a noite e reuniu os diretores do evento, patrocinadores, realizadores, além de um público sedento por novidades animadas. César Coelho, um dos diretores do Anima Mundi, deu o tom da noite: “Temos que exportar nossos filmes, é errado exportar nossos animadores. Gostaria também de ver mais curtas de animação na tv brasileira”.
Na abertura, os idealizadores do festival, César Coelho, Marcos Magalhães, Aida Queiroz (na foto acima, nessa mesma ordem) – que há 16 anos plantaram a semente que se transformaria no segundo maior festival de animação do mundo – apresentaram o 16° Festival Internacional de Animação do Brasil em cerimônia na sala 1 do Auditório Simón Bolívar. Aida Queiroz agradeceu aos patrocinadores e ressaltou a importância da parceria com o Memorial da América Latina: “só mesmo com o espaço que temos aqui em São Paulo, no Memorial, é possível reunir todas as atividades e ainda contar com um saguão imenso para exposição dos patrocinadores”.
Marcos Magalhães apresentou os convidados especiais do evento. Na platéia estavam o argentino Juan Pablo Zaramella, o brasileiro Daniel Schorr (foto ao lado), e os americanos James Mccoy e Arnold Kunert, todos mestres da animação que estarão no Papo Animado para trocar experiências com o público. O festival homenageia ainda os 100 anos de imigração japonesa: “esse ano não poderia ser diferente, o animador japonês Koji Yamamura, que já participou de edições anteriores do festival, foi o escolhido para fazer a ilustração do Anima Mundi 2008”, disse o diretor.
César Coelho falou do grande potencial de crescimento que a animação tem no país: “este é o terceiro ano que o festival tratará da animação, não só como diversão, mas também como negócio, no Anima Fórum o tema será as produções brasileiras para TV e cinema”. Não só no Brasil. Coelho lembrou que há uma presença muito grande dos latinos – americanos nessa edição do Anima Mundi: “temos diversas produções argentinas e colombianas, por exemplo, com uma qualidade excelente”.
No dia seguinte, as filas se formavam nos guichês da bilheteria e levas de crianças foram trazidas por entidades educativas. Em um mundo dominado pelo audiovisual, em que as narrações chegam até pelos celulares e a publicidade impulsiona a incessante expansão da mídia, é reconfortante notar o aumento do interesse pela animação. É uma forma de se proteger e de contra-atacar. Como lembrou César Coelho, “hoje qualquer pessoa pode fazer sua própria animação e colocar na web”. Ele lembra que em 1993, “animação era coisa de outro mundo, ninguém comentava fazer animação no país e hoje, nós recebemos 360 filmes produzidos no Brasil”.
Do Canadá olhando para o Brasil
Animador argentino Zaramella encontra seu público em São Paulo
Confira a programação completa no site do Festival
Por Gabriela Mainardi
Fotos por Fábio Pagan