/governosp
O Salão de Atos viveu uma tarde diferente na quarta, 21 de maio de 2008. Os imortais da Academia Paulista de Letras (APL) tomaram o seu tradicional chá das quintas-feiras (antecipado devido ao feriadão prolongado de Corpus Christi) sentados ao longo de comprida mesa com tampo de mármore e diante do gigantesco painel Tiradentes (15 X 1,5m) de Cândido Portinari. O ambiente solene projetado por Oscar Niemeyer se adaptou bem ao evento. Entre um petit four e outro, intelectuais como Crodowaldo Pavan e José Pastore, Israel Dias Novaes e Gabriel Chalita ouviam as falas que se sucediam.
A cerimônia começou com a apresentação dos vários espaços culturais do Memorial, feita pelo presidente Fernando Leça. Em seguida, Adolpho José Melfi, diretor do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL), deste Memorial, falou um pouco dos programas de estudos desenvolvidos pela Fundação, como a Cátedra Memorial da América Latina e os cursos abertos e os de extensão universitária.
O poeta Mário Chamie encerrou o convescote literário falando para seus pares, como o narrador Ignácio de Loyola Brandão, sentado ao seu lado, e a autora Anna Maria Martins, entre outros. Em rápido, mas bem urdido discurso, o poeta referiu-se aos seus tempos de Secretário da Cultura do Município de São Paulo (1979-1983), quando criou o Centro Cultural Vergueiro, muito bem aceito pela população: “Um dia me visitou o escritor mexicano Juan Rulfo, pai do realismo-fantástico latino-americano. Ele me falou da necessidade de um centro multicultural da América Latina, que funcionasse como força aglutinadora das várias linguagens artísticas da região. Esse centro é hoje o Memorial da América Latina”, concluiu.
Conforme o desembargador José Renato Nalini, presidente da APL, explicou, a Academia costuma transferir para outros lugares suas reuniões semanais a fim de fortalecer as relações com outras instituições. Naturalmente, o convite de Fernando Leça, presidente do Memorial, foi aceito por ser o Memorial hoje “uma referência nacional e internacional” no campo da cultura.
” A recepção proporcionada pelo Memorial superou qualquer expectativa”, escreveu mais tarde José Renato Nalini, presidente da APL, “e se prestou a estreitar os laços que unem as duas instituições, cuja proximidade só poderá gerar os mais exitosos efeitos para as finalidades comuns”.